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Capital

Com mãe intubada, gêmeos nascem de 29 semanas e família pede ajuda para enxoval

Gabriel e Rafael, que nasceram prematuros, seguem internados na UTI do Hospital El Kadri

Paula Maciulevicius Brasil | 02/07/2021 11:50
Última foto postada no Instagram de Erika foi no dia 6 de junho, ela faz um coração com as mãos como sinal de carinho aos filhos: Gabriel e Rafael. (Foto: Arquivo Pessoal)
Última foto postada no Instagram de Erika foi no dia 6 de junho, ela faz um coração com as mãos como sinal de carinho aos filhos: Gabriel e Rafael. (Foto: Arquivo Pessoal)

Em meio à angústia de ter a filha intubada por conta da covid-19, dona Amélia Ferreira de Santana, de 57 anos, se derrete pelos netos que ela só conheceu por foto. Gabriel e Rafael chegaram ao mundo no dia 30 de junho, com 29 semanas e dois dias.

Os três, mãe e bebês, estão internados no Hospital El Kadri, em Campo Grande. A cesariana foi feita com a mãe, a autônoma Erika Santana, de 36 anos, intubada por conta da covid-19. A gestante chegou a tomar a vacina, mas os médicos acreditam, segundo a família, que ela já estava com o vírus.

"Ela ficou ruim, foi ao médico e começou a tomar xarope achando que pudesse ser só rinite", lembra dona Amélia.

Os sintomas começaram entre os dias 9 e 10 de junho, no dia 12 Erika passou mal, sentiu muita falta de ar e foi levada ao hospital. "Levamos ela para o hospital e na hora ela já foi para o oxigênio. No outro dia já arrumaram um leito de UTI e de lá pra cá o caso foi só complicando", relata a mãe.

Erika exibindo barrigão com os bebês Gabriel e Rafael na sala de casa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Erika exibindo barrigão com os bebês Gabriel e Rafael na sala de casa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Erika acabou sendo intubada no dia 13 de junho e os bebês monitorados de perto, até que os médicos optaram pela cesariana de urgência no último dia 30 de junho, depois de já completarem 29 semanas.

"Teve um dos bebês que nasceu e teve que fazer massagem cardíaca e intubar, mas já extubou e eles estão bem", diz a avó.

Os pequenos estão internados na UTI neonatal do El Kadri e estão pensando 1,2 quilos, para a alegria da família. "Eles estão grandinhos, conseguiram mesmo com ela recebendo alimentação por sonda", comenta Amélia.

Os nomes já estavam escolhidos. Erika havia gostado do significado de Gabriel, "enviado de Deus", e Rafael quem sugeriu foi a avó. "Eu escolhi, acho que ela viu o significado do nome e achou bonito", acredita dona Amélia.

Sedada ainda, a mãe não sabe que os bebês já nasceram, e os familiares só conheceram os pequenos por foto. O pai, Richard, é quem está em contato com os filhos. Ele também chegou a ter o teste positivo para a covid, mas não apresentou nenhum sintoma da doença.

"Agora que ele está entrando lá para visitar eles, antes foi alguém que tirou a foto e mandou pra ele", conta a avó.

O coração da família se divide entre estar arrasado pela situação de Erika e ter esperança na cura por conta das crianças. "Nunca achamos que ela ia ter que fazer a cirurgia assim, mas de repente foi complicando. Ela é muito amada, por todo mundo. Tem uma corrente de oração muito grande por ela", explica a avó.

Com a recuperação dos bebês, as orações agora são direcionadas à mãe. "Estamos na expectativa dela sair logo, estamos muito ansiosos e com fé muito grande para que ela se recupere o mais rápido possível. Fico imaginando a hora que ela acordar e se der conta que eles não estão mais na barriga", espera a avó.

No Instagram da mãe, Erika chegou a postar foto com presentinhos que os pequenos ganharam. (Foto: Arquivo Pessoal)
No Instagram da mãe, Erika chegou a postar foto com presentinhos que os pequenos ganharam. (Foto: Arquivo Pessoal)

Surpresa - A vinda dos bebês, e gêmeos ainda, foi uma surpresa para Erika. Segundo a mãe dela, a jovem descobriu um câncer no útero, ainda no início, há cerca de seis anos. Fez todo o tratamento e tinha a informação de que não conseguiria engravidar.

"O médico falou que ela não poderia ter mais filhos, ela ficou bem, fez todo o tratamento e veio a notícia. No primeiro ultrassom deu só um bebê, no segundo que apareceu o outro. Foi uma surpresa, ela não sabia se ria ou se chorava", recorda.

Erika é autônoma, trabalha fazendo marmita e desde o início dos sintomas não teve como providenciar o enxoval. Agora com os meninos já nascidos, a família começou uma campanha para conseguir fraldas, roupinhas e tudo o que a dupla vai precisar.

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"Estamos pedindo itens de higiene, mamadeira, tudo o que eles vão usar. Também deixamos um pix caso alguém queira doar em dinheiro. Eles não têm nada, não deu tempo", diz a avó.

A família tem divulgado a arte com pontos de endereços e telefones, veja como ajudar:

Pontos de doação:
Casa da Vovó Amélia - Rua Vinte e Seis, 156 - Nova Campo Grande
Telefone: 9-9105-8768

Casa da Bisa Lorença - Rua do Piano, 316, no Parati
Telefone: 9-9220-3929

Casa da Titia Jana
Rua Joaquim Murtinho, 2204, Itanhangá Park (após 18h)
Telefone: 9-9174-5053

Casa do Vovô Ariel
Rua Sérgio Buarque de Holanda, 68, Colibri
Telefone: 9-9136-4916

Casa da Titia Amanda
Rua Quintino Bocaiúva, 1086, TV Morena
Telefone: (44) - 9-9940-5895.

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