Com mais de 990 notificações, Capital está à beira de epidemia de dengue
Campo Grande está próxima de alcançar a classificação, de 1,5 mil notificações; "Estamos em estado de risco", diz secretário
Com cerca de 990 notificações de dengue em pouco mais de 20 dias, Campo Grande já se prepara para entrar na classificação de epidemia da doença até o fim de janeiro. A afirmação foi feita esta manhã, pelo secretário Municipal de Saúde, José Mauro Pinto de Castro Filho.
O secretário participou da operação de prevenção e combate à dengue na Capital, denominada “Mosquito Zero”, na escola municipal Prof. Fauze Scaff Gatass Filho, no bairro Nova Campo Grande.
Segundo ele, o padrão adotado pelo Ministério da Saúde é de 1,5 mil notificações de dengue para classificação de epidemia. “Nossos índices estão crescendo e estamos em estado de risco”, disse o secretário.
Na abertura da campanha, José Mauro citou um caso de morte por dengue, uma mulher de 67 anos anos, residente em Cassilândia, que está sendo investigado no Estado que, sendo confirmado, seria o 4º óbito pela doença em Mato Grosso do Sul.
Neste ano, em 15 dias, as notificações de dengue já atingiram 989. Em 2019, foram registrados 70.651, um dos três maiores registros dos últimos cinco anos.
A secretaria Estadual de Saúde informou que qualquer confirmação será feita por meio do boletim epidemiológico, a ser divulgado hoje. Até agora, são três óbitos constatados: no dia 12 de janeiro um homem de 30 anos morreu no Hospital Unimed, em Campo Grande; no dia 9, em Corumbá, a vítima foi homem de 29 anos e, em Sete Quedas, jovem de 17 anos, sem qualquer registro de comorbidade.
Histórico – os altos índices de notificações e epidemias não são novidade em Campo Grande. Relatório da prefeitura, de 2017, já relatava os números preocupantes da doença, citando que a população convive com a dengue desde 1986, quando foi isolado o vírus (sorotipo DEN1) e, dez anos depois, o sorotipo DEN2, o responsável pela primeira epidemia, em 2002.
A partir daí, os decretos de emergência foram recorrentes. Em março de 2019, foi declarada nova situação. Somente e dois meses do ano passado, foram 7.530 casos.
Matéria editada às 14h13 para correção de informações