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Capital

Com mil diagnósticos por ano, MS lidera em casos de câncer de próstata

Flávia Lima | 08/04/2015 17:10
Rede Feminina de Combate ao Câncer realizou atividades de orientação no Pátio Central. (Foto:Marcelo Calazans)
Rede Feminina de Combate ao Câncer realizou atividades de orientação no Pátio Central. (Foto:Marcelo Calazans)
A cabeleireira Leni Cordeiro não perdeu a vontade de viver e hoje é exemplo para outras mulheres. (Foto:Marcelo Calazans)
A cabeleireira Leni Cordeiro não perdeu a vontade de viver e hoje é exemplo para outras mulheres. (Foto:Marcelo Calazans)

Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam que o câncer representa a segunda causa de morte no Brasil, atrás apenas das doenças do coração. No mundo, ele mata 8 milhões de pessoas pro ano. Por isso, a questão do câncer no Brasil vem ganhando relevância devido ao perfil epidemiológico que a doença vem apresentando.
Para chamar a atenção sobre o problema e instituir políticas de prevenção, autoridades do mundo todo da área de saúde criaram o Dia Mundial de Luta contra o Câncer, lembrado nesta quarta-feira (8) com uma série de atividades, focadas na conscientização da população sobre a importância de realizar exames preventivos.

Ainda de acordo com levantamento do Inca, Mato Grosso do Sul lidera os estados da região Centro-Oeste com a maior incidência de câncer de próstata. A estimativa é de 82.92 casos para cada 100 mil habitantes. Só no ano passado, 1.020 novos diagnósticos foram registrados no Estado.

Em Campo Grande, 370 novos casos foram diagnosticados em 2014. A incidência é preocupante porque a média de todo o Centro-Oeste é de 62,55 casos.

Entre os homens, o câncer de próstata fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma, que teve 1.360 novos casos diagnosticados em 2014 com incidência de 110,60 para cada 100 mil habitantes.

Conforme a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) todo homem acima dos 50 anos deve fazer o exame periódico, especialmente se houver histórico familiar. De acordo com o te anos de vida na comparação com as mulheres e isso ocorre porque eles não se cuidam

Especialistas da SBU afirmam que quando o diagnóstico é precoce, a chance de cura é de 90%. Porém, a maior dificuldade para a população masculina, segundo médicos, ainda é o preconceito, o que impede muitos homens de realizar o exame de toque, fundamental para o diagnóstico correto.
Ainda segundo os médicos, o câncer de próstata tem uma progressão mais lenta quando é descoberto precocemente, contrário do câncer de mama, que tem uma evolução mais rápida.

Já entre as mulheres, o câncer de mama lidera os diagnósticos. Segundo levantamento de 2014 feito pelo Inca, 770 novos casos foram registrados ano passado em Mato Grosso do Sul, sendo que 370 foram detectados na Capital. A incidência foi de 62,65 casos a cada cem mil habitantes em todo o Estado.

No Brasil, no ano passado, foram descobertos mais de 52.680 casos de câncer da mama, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres.

A presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Cleusa Vasconcelos, diz que o índice alto tanto do câncer de próstata quanto do de mama assusta, porém ressalta que o número de pessoas que busca informação e realiza os preventivos vem crescendo. “Hoje temos um mundo informatizado, que facilita o acesso à informação. Além disso, somos chamados para ministrar palestras todos os dias em escolas e associações”, diz. A explicação para os números elevados quanto ao câncer de próstata ela diz que ainda está no preconceito e receio da maioria dos homens. “O machismo ainda é muito forte em nossa cultura. Tem homens que se recusam até a mencionar a possibilidade de fazer um preventivo”, destaca.

Já em relação ao público feminino, ela acredita que questões genéticas e até o estresse são os principais responsáveis pelo crescimento da doença. “Ouvimos muitos especialistas dizerem em palestras que esses são fatores fundamentais no desenvolvimento do câncer, por isso é importante buscar um estilo de vida saudável”, afirma.

Como forma de alertar o público, principalmente o feminino, a Rede Feminina realizou durante todo o dia, uma atividade de orientação no shopping Pátio Central, no Centro da Capital. A ação levou uma equipe de enfermeiras e profissionais da saúde que atuam na Rede, para orientar as mulheres que passavam pelo local através de folhetos explicativos, alertando sobre a importância dos exames preventivos, como o autoexame, que detecta a doença em sua fase inicial. O exame é simples, basta deitar e examinar as mamas em busca de nódulos uma semana após a menstruação.

Após os 40 anos, é fundamental a realização de uma mamografia anual. A cabeleireira Leni Cordeiro nunca havia dado muita importância aos preventivos, tanto que foi o namorado que descobriu um nódulo em um dos seus seios e fez o alerta.

A confirmação do câncer veio após os exames, que constatou a doença nos dois seios. Depois de seis sessões de quimioterapia, Leni retirou as duas mamas. Mesmo abalada, ela conta que nunca se deixou abater. “Sempre tive uma boa autoestima e hoje incentivo as mulheres que passam pela Rede a encarar a vida com otimismo porque a depressão piora o quadro clínico”, diz.

Emocionada, a cabeleireira, que não pode mais exercer a profissão por estar proibida de ter contato com produtos químicos ou realizar movimentos repetitivos, revela que somente agora se deixou abater pela situação, uma vez que ainda não conseguiu a aposentadoria por invalidez pelo INSS. “Me incomoda viver de favor. Já levei todas as provas da minha doença, mas vou continuar na batalha assim como fiz quando descobri o câncer”, finaliza.

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