Com repasse da União ainda menor, Inmetro corta gratificações de servidores
Funcionários da AEM-MS (Agência Estadual de Metrologia), vinculada ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), tiveram os adicionais de produtividade cortados a partir desta quinta-feira (19). Com isso, as 85 pessoas que trabalham no local terão redução de 40% nos salários. Um dos trabalhadores passou mal ao receber a notícia do secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, e foi atendido por uma ambulância.
O titular da pasta jogou a culpa no Governo Federal. Até janeiro, a União mandava R$ 1,6 milhão para atender às necessidades da autarquia. Em junho, diminuiu para R$ 850 mil e atualmente tem repassado R$ 450 mil.
"Há duas semanas o Inmetro Nacional mandou um ofício comunicando que ao invés de receber os R$ 850 mil, receberíamos nos mês de novembro R$ 450 e no mês de dezembro mais R$ 450 mil. O decreto de hoje suspende o pagamento, temporariamente, para que se faça um ajuste dentro desse recurso que nos recebemos", diz Verruck.
Para evitar que os funcionários pagassem pela crise, decidiu-se devolver a frota alugada, comprometendo seriamente os trabalhos de fiscalização. Depois, a jornada de trabalho foi reduzida e houve demissão de comissionados.
“Fizemos de tudo para tentar nos adequar a esse repasse. Mesmo assim, o governo não tem como fazer nada, não tem de onde tirar o dinheiro para o adicional”, justificou-se Verruck. Ele promete entrar em contato com o Governo Federal para negociar um aumento nos repasses que banque os abonos.
"Já enviamos um ofício para entramos em contato com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, falamos com a diretoria do Inmetro nacional, mostrando a situação que estava aqui. No período da tarde o Inmetro Nacional vai fazer uma reavaliação junto ao Ministério da Fazenda sobre a possibilidade de liberação de recursos adicionais. Se conseguirmos que o Inmetro nacional repasse um recurso maior, nós suspendemos o decreto", afirma o secretário.
O decreto que oficializa o corte já está publicado. O titular da Semade pediu que os funcionários aguardem até amanhã de manhã, quando ele deverá ter um posicionamento final sobre o assunto. “Se os funcionários decidirem fazer greve, é um direito deles”, afirma.
A diretora de administração e finanças da AEM-MS, Elizandra da Silva Mourilho, defende a postura do poder público estadual. “O governo não tem medido esforços para tentar reverter a situação”, completa.