Com risco de perder R$ 120 milhões, juiz mantém obras de corredores de ônibus
Comerciante e moradores da Rua Bahia pediram liminar para suspender projeto
Diante da possibilidade de prejuízo de R$ 120 milhões, a Justiça negou liminar para suspender as obras dos corredores de ônibus em Campo Grande. O pedido partiu de ação popular, proposta em novembro de 2020 por empresários e moradores da Rua Bahia, um das vias que terá corredor exclusivo para o transporte coletivo urbano.
No processo, foi alegado risco para os passageiros no embarque e desembarque, aventando possibilidade de acidente de trânsito e que a estação do lado direito, em meio à via, só é utilizada em ruas de mão dupla, quando há canteiro central.
A prefeitura aponta que os corredores vão aumentar a velocidade dos ônibus de 17,5 km/h (quilômetros por hora) para 22 km/h e o risco financeiro caso fosse concedida liminar para suspensão das obras.
“Como ressalta o recorrido [prefeitura], há risco de irreversibilidade dos efeitos de tal decisão na medida em que o requerido não poderá mais contar com os recursos oriundos de financiamento junto à Caixa Econômica Federal (...) na ordem de R$ 120.000.000,00 na hipótese de ser o projeto interrompido ou alterado, o que poderá inviabilizá-lo”, informa o juiz da 1º Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Ariovaldo Nantes Corrêa.
O corredor da Rua Bahia está com a parte de estrutural concluída e aguarda a instalação das estações de embarque. No último dia 23, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) informou que os corredores das ruas Brilhante e Guia Lopes, serão os primeiros a serem ativados, embora não tenham data definida. Nesses pontos, a obra também teve protesto de comerciantes, principalmente pela perda de vagas de estacionamento.