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Capital

Com transplante suspenso, MS já "exportou" 23 órgãos a outros estados

Aliny Mary Dias e Francisco Júnior | 25/09/2014 10:36

Com 380 pacientes na fila à espera de um de rim em Mato Grosso do Sul e com o procedimento suspenso desde dezembro do ano passado, os transplantes estão marcados para serem retomados no dia 1º de novembro na Santa Casa da Capital. Com o serviço suspenso, o Estado "exportou" 23 órgãos neste ano. 

A direção do hospital anunciou a retomada dos procedimentos em pacientes vivos hoje e afirma que as equipes médicas estão com as capacitações, feitas em São Paulo, concluídas. O que falta mesmo é o término dos trâmites burocráticos para que as cirurgias voltem a ser feitas.

Os transplantes de coração, que também estão suspensos desde o fim do ano passado, ainda não tem data para serem retomados, mas o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, afirma que ainda esse ano os transplantes voltarão a ser feitos. Atualmente, a fila de espera por um novo coração possui 14 pessoas no Estado.

Durante todo o ano passado, foram feitos 18 transplantes de rim e coração na Santa Casa. Além da Capital, apenas Três Lagoas tem unidade hospitalar autorizada a fazer transplante. Os procedimentos são de córnea e atualmente não há fila de espera pelo órgão.

Com os procedimentos parados, as captações de órgãos feitas são enviadas para outros Estados. Durante todo esse ano, 14 rins e sete fígados e dois corações foram enviados para fora de Mato Grosso do Sul.

Outros números que chamam a atenção são aqueles que contabilizam os órgãos que deixaram de ser transplantados. De acordo com a direção da Santa Casa, de janeiro a agosto de 2014, 76 pessoas tiveram morte cerebral e poderiam ter tido os órgãos transplantados. Desse total, 22 famílias de vítimas passaram por entrevistas com as equipes de captação, mas apenas sete autorizaram a doação.

Outras 1.044 mil pessoas foram vítimas de parada cardíaca e 156 famílias passaram por entrevista. De todas elas, apenas 61 autorizaram a captação de órgãos e outras 95 recusaram o transplante.

Conscientização - Para aumentar o número de doadores, a Santa Casa começou hoje a 4ª campanha de doação de órgãos e tecidos. O objetivo é esclarecer a sociedade a respeito da importância da doação.

A presidente da comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplante, Ana Paula Neves, explica que há um cadastro nacional de pacientes à espera de órgãos. “Quando o doador é daqui, veriricamos a lista e depois se não encontramos nenhum compatível, o órgão é oferecido para pacientes de fora do Estado”, todo o trâmite possui uma logística que inclui acomodação prioritária em voos comerciais.

A coordenadora estadual de transplantes, Claire Miozzo, reforça a importância de deixar bem claro para a família o desejo de ser doador. “Não adianta documento registrado em cartório, é preciso que a pessoa comunique essa vontade para a família. Se houver conflito entre os parentes, as equipes não fazem a captação”, completa.

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