Com UTIs no limite, Sindicato dos Médicos considera lockdown inevitável
Entidade diz que situação está a cada dia mais crítica e que colapso do sistema de saúde está próximo
Com a ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes com covid-19 chegando ao seu limite todos os dias – havendo vagas liberadas, infelizmente, somente quando ocorrem os óbitos – o Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) alerta para a necessidade cada vez mais próxima do chamado lockdown em Campo Grande.
Pelo governo do Estado, a sinalização de que tal medida deverá ser necessária, foi dada hoje, em análise do programa Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), que orienta o fechamento total não apenas da Capital, mas de Alcinópolis, Corguinho, Maracaju, Nioaque e Sidrolândia.
Segundo o presidente do sindicato, Marcelo Santana, que atua na linha de frente de combate à covid-19 em dois hospitais privados e está licenciado do serviço público devido o cargo sindical, “o que estamos sentindo é que situação está ficando muito exposta e que vai precisar fazer uma parada pra dar tempo pro sistema de saúde se reorganizar e não entrar em colapso”.
Santana sustenta que Campo Grande está prestes a enfrentar a mesma situação que os grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro enfrentaram, de insuficiência de leitos de UTI para atender a necessidade dos pacientes com covid. “Dou plantão na Unimed, mas no El Kadri também e vejo que a ocupação aumentou sobremaneira”.
Para ele, o colapso está próximo de acontecer, “entre final de julho e início de agosto, se continuar como está”, avalia, enfatizando que “se as pessoas acatarem as medidas de distanciamento e de isolamento, pode ser que consigamos ter um controle maior”, lembrando que “se as pessoas continuarem todas nas ruas, nos parques, não poderemos barrar a evolução pesada que está vindo”.
Sobre orientar o município a decretar o lockdown, Santana sustenta que a definição é uma decisão da gestão municipal, mas que acredita que a medida se fará necessária.
Ocupação – Nesta tarde, o Hospital Regional Rosa Pedrossian está com 93,1% de ocupação após alteração nos números informados mais cedo. Há seis vagas em UTI disponíveis para internação e 66 pessoas internadas em leito intensivo no local.
A situação crítica também atinge Hospital Unimed e Proncor. No primeiro, de 20 leitos de UTI Covid-19, 18 estão ocupadas, restando apenas duas vagas e no outro, de 10, todas estão ocupadas, já que nesta tarde, dois pacientes do HRMS foram transferidos para lá.
Matéria alterada às 18h39 para correção de informações.