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Capital

Com venezuelanos recusando emprego, Capital terá campanha contra "esmola"

"Blitz" com panfletagem quer conscientizar que "dar esmola é dar falsa esperança"

Caroline Maldonado | 20/09/2021 14:00
Venezuelano pede ajuda em semáforo da Capital. (Foto: Kísie Ainoã)
Venezuelano pede ajuda em semáforo da Capital. (Foto: Kísie Ainoã)

Equipes da prefeitura alegam ter feito de tudo para ajudar venezuelanos na Capital. Dos 3.227 atendimentos às pessoas de rua, feitos em 2020 e 2021, 90% foram a imigrantes da Venezuela. A maioria paga hotel ou aluguel com dinheiro que ganha nos semáforos e “foge” das equipes de assistência social, que oferecem ajuda e emprego, segundo a SAS (Secretaria de Assistência Social).

Para a prefeitura, só resta um jeito de “ajudar” essas pessoas a saírem das ruas, que é conscientizar a população a não dar esmolas.

“Alguns usam crianças para sensibilizar, outros falam de sua deficiência, mas eles não querem ajuda para ir para algum lugar ou até mesmo um emprego para ficar aqui. Eles preferem pedir esmolas”, lamenta o titular da SAS, José Mário Antunes da Silva.

Dos mais de 3 mil atendimentos, 926 pessoas foram encaminhadas ao mercado de trabalho, o que representa apenas 28%, e 661 voltaram para o local em que têm família, ou seja, somente 32% deles.

Titular da SAS, José Mário Antunes da Silva, e diretor-presidente da Funsat, Luciano Silva Martins, que trabalham em campanha contra esmolas. (Foto: Marcos Maluf)
Titular da SAS, José Mário Antunes da Silva, e diretor-presidente da Funsat, Luciano Silva Martins, que trabalham em campanha contra esmolas. (Foto: Marcos Maluf)

Conforme o diretor-presidente da Funsat (Fundação Social do Trabalho), Luciano Silva Martins, hoje (20), há 2.128 vagas de trabalho.

“Temos, em média, 2 mil vagas para oferecer todos os dias, além de toda estrutura da assistência social e cursos de capacitação, mas a maioria recusa. Temos até vagas que não exigem experiência nenhuma. A população precisa entender que dar esmola, é dar uma falsa esperança”, argumenta o titular da Funsat.

Campanha - “Não dê esmola, dê dignidade. Não dê esmola, dê oportunidade”. É basicamente isso que a SAS e a Funsat (Fundação Social do Trabalho) querem que as pessoas adotem como postura ao receber pedidos de esmola nas ruas da cidade.

A campanha será lançada na sexta-feira (24) e vai fazer “blitz” com panfletagem, em alguns pontos estratégicos, como Avenida Afonso Pena com Rua 14 de Julho e Avenida Mato Grosso com Via Park, entre outros cruzamentos.

Amanhã (21), no entanto, já haverá uma ação de conscientização, em parceria com a Arquidiocese de Campo Grande, na Pastoral do Migrante, das 8 às 11h. A pastoral fica na Rua Amando de Oliveira, nº 448, no Bairro Amambaí.

A SAS orienta a população, ao encontrar uma pessoa em situação de rua, a entrar em contato pelos telefones (67) 98404-7529 ou 98471-8149, que funcionam 24 horas.

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