Comerciante morto em boate havia voltado do Japão para cuidar da mãe
Eduardo foi sepultado na manhã desta segunda-feira no Cemitério Jardim da Paz
O comerciante Tamotsu Mori, de 71 anos, tio de Eduardo Coelho da Silva, de 52 anos, que era dono da boate 69 Fantasy e foi morto na madrugada de ontem (6) ao ser agredido por três clientes após desentendimento, disse que foi um baque muito grande ao receber a notícia da tragédia. O crime aconteceu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, no Bairro Cabreúva, em Campo Grande.
Durante o sepultamento do sobrinho, no Cemitério Jardim da Paz, nesta manhã, Tamotsu contou que o sobrinho havia voltado do Japão, há 15 anos, para cuidar da mãe. Sobre a confusão que terminou em morte, o idoso disse que ficou sabendo do fato por volta das 6h30. “A gente tinha uma ligação muito forte. Ele me ligava todos os dias para perguntar como eu estava. Era super gente boa, não tenho o que falar dele. Quem julga ou quer apontar alguma coisa, não conhecia o Eduardo”, contou.
Segundo o comerciante, Eduardo era muito carinhoso, não deixava faltar nada para a mãe e sempre a visitava. "Era um 'menino nota 100'. Ele estava muito feliz, havia realizado o sonho de comprar uma motocicleta 'grande' de alta cilindrada. Nem pôde aproveitar a motocicleta. Tinha uns 60 dias que ele tinha comprado a moto em São Paulo. Tudo isso porque tentou defender as meninas da boate e acabou virando vítima”, lamentou.
O idoso havia aconselhado o sobrinho a largar mão da boate e ir viver da corretagem, mas Eduardo não quis. “Ele tinha cursos de corretor de imóveis e tinha um escritório no ramo”, contou.
O atendente Anésio Coelho, de 60 anos, irmão de Eduardo, pediu por justiça e comentou que por enquanto a família não sabe de muita coisa sobre o crime. "A gente sabe que três pessoas foram presas e não são daqui. Parece que vieram de outro estado. Queremos justiça pelo o que aconteceu. Ele era batalhador e honesto”, afirmou.
Anésio relembrou que os dois foram juntos para o Japão, mas o irmão voltou antes porque sentia muita saudade da família.
Crime - Aos policiais, testemunha contou que os suspeitos chegaram ao local e começaram a incomodar algumas mulheres que estavam com outros clientes no local. Eduardo, dono da boate, tentou falar com o trio, mas eles começaram a discutir. Foi quando o empresário sacou uma pistola 9 milímetros e deu um tiro para o teto.
Os três então começaram a agredir a vítima que acabou caindo. Neste momento, um dos homens começou a chutar a cabeça do empresário. O outro autor tomou a arma da mão de Eduardo e começou a ameaçar os demais clientes da boate, mandando que eles ficassem de joelhos no local. Em seguida, o trio fugiu levando a arma da vítima.
Aproximadamente 1 hora depois, os militares receberam a informação de que os suspeitos estavam em um hotel na Rua Joaquim Nabuco, Bairro Amambaí, bastante alterados. A equipe foi ao local e efetuou a prisão do trio. Eduardo foi agredido a socos e chutes e morreu no local.
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