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Capital

Concertina em semáforos protege fios de furto e Agetran estuda outra estratégia

Mais barato, fio de alumínio é menos cobiçado do que cobre: trocar seria caro, mas agência não descarta ideia

Caroline Maldonado e Adriel Mattos | 29/03/2022 10:31
Concertina envolve poste de semáforo no cruzamento da Rua Campestre com Avenida Vereador Thyrson de Almeida, no Bairro Aero Rancho. (Foto: Henrique Kawaminami)
Concertina envolve poste de semáforo no cruzamento da Rua Campestre com Avenida Vereador Thyrson de Almeida, no Bairro Aero Rancho. (Foto: Henrique Kawaminami)

O alumínio é mais barato, por isso, menos cobiçado do que o cobre, hoje, usado nos fios dos 578 semáforos da Capital. Como a prefeitura já teve prejuízo de mais de R$ 1 milhão com furtos que deixam os semáforos desligados durante as madrugadas, fica a dúvida: trocar os fios pelos de alumínio ajudaria a amenizar furtos?

A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) começou a colocar concertina para espantar os ladrões em alguns locais, mas não é possível fazer isso em toda a rede. O diretor-presidente da agência, Janine de Lima Bruno, acredita que trocar os fios seria caríssimo, por isso, o projeto nunca foi cogitado.

“Seria um custo altíssimo trocar por alumínio. São muitos milhões de reais para fazer isso. Não vale a pena”, avalia.

No entanto, quando questionado sobre o assunto, o gerente de Sinalização Semafórica da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Fernando Henrique Caetano, não descarta fazer um estudo para descobrir se o uso do fio de alumínio seria viável e eficaz.

“O que podemos estudar é um tipo de material que tenha uma liga cobre e alumínio. Vamos começar a fazer esse estudo sobre o uso do alumínio para ver se tem viabilidade. Vamos, provavelmente, pegar algum semáforo mais simples, fazer a substituição e ver como será o comportamento do semáforo”, explicou Fernando.

Não seria o caso de trocar todos os fios, mas estudar uma forma de usar o fio de alumínio nos pontos mais críticos, mas o gerente de sinalização também tem receio quanto ao custo disso.

“Fazer a troca, além de ter um custo elevado, levaria muito tempo. Hoje, a principal qualidade do cobre é que é mais confiável. Como o alumínio é de menor qualidade para conduzir energia elétrica, tem muito problema de interferência com rede elétrica, porque nosso fio fica exposto na rua. Como o semáforo é um equipamento de segurança, essencial e que precisa funcionar o tempo todo de maneira correta, a gente usa o cobre, porque a gente precisa ter confiabilidade”, esclarece.

Ele explica que a norma brasileira recomenda utilizar o cobre, porque o alumínio pode ter problemas de interferência. Além disso, Fernando acredita que o uso da concertina pode reduzir os furtos, junto às ações de fiscalização. Dessa forma, não seria necessário usar nova estratégia.

Em lojas de varejo, os preços revelam economia na comparação dos materiais. O metro do fio de cobre de 10 milímetros sai por média de R$ 9,20, enquanto o do fio de alumínio 10 milímetros custa R$ 7,91. Os valores ajudam a ter uma ideia, mas não servem para estimar a economia que se poderia ter na troca da fiação semafórica, pois os fios têm variações de medida.

Concertina envolve poste de semáforo no cruzamento da Rua Campestre com Avenida Vereador Thyrson de Almeida, no Bairro Aero Rancho. (Foto: Henrique Kawaminami)
Concertina envolve poste de semáforo no cruzamento da Rua Campestre com Avenida Vereador Thyrson de Almeida, no Bairro Aero Rancho. (Foto: Henrique Kawaminami)

Furtos - Os prejuízos são de cerca de R$ 80 mil por mês. Desde 2021, já foram 700 ocorrências de vandalismo e furto, o equivalente a mais de 23 mil metros de cabos roubados. Com esse dinheiro, daria para instalar 60 novos semáforos , segundo Fernando.

Os locais com mais registro de furtos são nas regiões dos bairros Aero Rancho e Universitário. No Centro, os furtos reduziram nos últimos meses com as ações de combate por meio da GCM (Guarda Civil Municipal).

"Fizemos algumas ações, como colocar concertina para evitar de colocarem as mãos nos cabos, mas ainda tem pontos em que o semáforo é muito extenso e, inevitavelmente, acabam cortando.”

Houve um caso na Ernesto Geisel, em que o ladrão tirou cabos de cinco semáforos na madrugada, segundo o gerente. “A gente mobiliza equipe e tenta o mais rápido resolver, mas é preciso de duas a três horas para repor os fios”, conta.

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