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Capital

Concessionária vai duplicar simultaneamente 8 pontos da BR-163

Lidiane Kober | 18/03/2014 16:56
Comando da CCR ViaMS esteve em Campo Grande para detalhar os projetos da concessionária na BR-163 (Foto: Lidiane Kober)
Comando da CCR ViaMS esteve em Campo Grande para detalhar os projetos da concessionária na BR-163 (Foto: Lidiane Kober)

Vencedora da concessão de 847,2 quilômetros da BR-163, a CCR vai começar as atividades com a duplicação simultânea de oito pontos da rodovia. Os trechos ainda não foram revelados porque dependem de autorização de órgãos ambientais. O certo é que a empresa precisa concluir a obra em 18 meses, antes de começar a cobrar o pedágio.

Em entrevista coletiva, nesta terça-feira (18), em Campo Grande, o presidente da CCR MSVia, Maurício Soares Negrão, informou que a duplicação dos 80,6 quilômetros iniciais começará em maio, com previsão de término em outubro de 2015. Ele previu transtornos com as obras e aproveitou para pedir calma aos usuários.

“Vamos divulgar com antecedência os oito trechos, mas terá perturbação no trânsito, é o preço da melhoria”, comentou. Os pontos de duplicação serão picados de 15 a 30 quilômetros. “Por enquanto, não foi possível escolher os trechos com base nas áreas críticas. A decisão precisou priorizar o enquadramento com lei”, completou, fazendo menção a necessidade de licença do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Até o final do mês, o órgão visitará os oito trechos iniciais da duplicação para ajudar na elaboração de parecer. Questionado sobre o risco de a licença travar a obra, Negrão demonstrou confiança. “Imagino que o Governo Federal avocou para si a decisão na tentativa de agilizar o processo”, explicou.

Ainda nos 18 meses iniciais da concessão, a CCR precisa entregar contornos nas cidades de Mundo Novo, Caarapó, Eldorado e Douradina. Em 12 meses, também deve executar ações de correção de desnível, reparos emergenciais, recomposição da sinalização e limpeza dos contornos da rodovia.

Reajuste no pedágio – Só depois de cumprir as obrigações, a empresa poderá começar a cobrar o pedágio. Em maio de 2012, época do lançamento do edital, definiu-se a cobrança de R$ 4,38 por cada 100 quilômetros. “Um caminhão de dois eixos, por exemplo, pagará R$ 82 para circular em todo o trajeto da concessão”, citou Negrão.

Mas, quando começar a vigorar, há previsão reajuste de cerca de 15% para adequar os valores de 2012 a 2015. “O aumento será de 10% a 15%, com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)”, disse Negrão. “E, de 12 em 12 meses, novos reajustes serão feitos, também com base no IPCA”, completou o presidente.

Estão certas praças de pedágio em Mundo Novo, Caarapó, Rio Brilhante, Campo Grande e Rio Verde. Além deles, a empresa estuda entre instalar outros em Itaquiraí ou Naviraí, em Bandeirantes, ou Rochedo ou Jaraguari, em São Gabriel ou Camapuã e a última dúvida reside entre Pedro Gomes ou Sonora.

“A Antt (Agência Nacional de Transportes Terrestres) define previamente o local das praças, mas a empresa tem o direito de mudar os pontos em até cinco quilômetros para cima ou para baixo”, explicou o diretor de operações da CCR MSVia, Juvêncio Pires Terra. “A mudança visa evitar fugas ou transtornos por eventuais problemas na região pré-definida, no caso, por exemplo, de ser uma baixada”, completou.

“O certo é que nenhum município será prejudicado, porque a arrecadação não leva em conta a localização da praça”, ressaltou Negrão. Segundo a empresa, nos 30 anos de concessão, serão gerados R$ 5 bilhões em impostos, dos quais R$ 1 bilhão irá para os cofres das 19 cidades lindeiras.

Menos mortes – Ainda na coletiva de hoje, o presidente da CCR MSVia prometeu mudar o conceito da BR-163, conhecida no Estado como a rodovia da morte, por causa o alto índice de acidentes fatais. “Vamos mudar esse panorama”, garantiu. Nas 12 rodovias administradas pela empresa, a diminuição de mortes chegou a 45%, informou Negrão.

Neste sentido, a CCR trabalhará com três linhas de frente: engenharia, campanhas educacionais e instalação de radares em pontos críticos. “Se não doer no bolso, parece que o motorista não aprende”, comentou o presidente. “Na (rodovia) Presidente Dutra, no mês seguinte à instalação dos radares, os acidentes diminuíram em 20%”, exemplificou.

Outras ações – Ainda com base na concessão, a empresa precisará disponibilizar aos usuários da BR-163 17 bases de equipes especializadas no atendimento pré-hospitalar, desobstrução de pistas, reboque mecânico, apoio e informação.

Estão previstos 35 médicos de plantão 24 horas, 17 ambulâncias de resgate, sendo cinco UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo), 25 guinchos, 19 inspeções de tráfego e 11 caminhões de serviço. Nos primeiros cinco anos de concessão, a CCR precisará investir R$ 3,4 bilhões e, em 30 anos, um total de R$ 5,5 bilhões.

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