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Capital

Conselho de Medicina abrirá sindicância contra médico acusado de fraude

Mauro Natel de Oliveira foi flagrado alterando prontuários para receber por cirurgias que não participou em Campo Grande

Guilherme Henri | 01/12/2017 14:19
Entrada principal da Santa Casa de Campo Grande (Foto: André Bittar/Arquivo)
Entrada principal da Santa Casa de Campo Grande (Foto: André Bittar/Arquivo)

O CRM (Conselho Regional de Medicina) de Mato Grosso do Sul abrirá sindicância para apurar a conduta do ex- médico da Santa Casa, Mauro Natel de Oliveira.

Ele é alvo de uma ação pública após ser flagrado alterando prontuários para receber por cirurgias que não participou em Campo Grande.

Conforme o conselho, o procedimento “se constatada a má conduta profissional após julgamento do conselho, são aplicadas as medidas punitivas de acordo com o grau de infração do caso”.

Cirurgião torácico do hospital há mais de 20 anos, ele confessou as fraudes e ainda afirmou que se não “fizesse não ganharia dinheiro” com a profissão.

De acordo com o MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), o caso chegou ao promotoria após a Santa Casa de Campo Grande investigar o médico em dois processos administrativos, um realizado em 2014 e outro em 2016. Pelo menos quatro vítimas foram identificadas durante a apuração de denúncias contra o cirurgião.

Mauro Natel preenchia e assinava RGO’s (Registro Geral de Operação) de procedimentos que nunca havia participado. Com isso, o médico recebia do SUS (Sistema Único de Saúde) as taxas por cirurgias que jamais realizou.

O médico confessou as fraudes e chegou afirmar durante o processo administrativo que preenchia e assinava os procedimentos há mais de 20 anos e “se não fizesse isso não ganhava dinheiro”. Ele relatou ainda que com o crime “possuía um dos maiores faturamentos da Santa Casa de Campo Grande”.

Segundo a Santa Casa de Campo Grande, o cirurgião foi afastado e não faz parte do quadro de médicos desde março deste ano. A ação movida pelo MPE-MS foi enviada no dia 27 de novembro a 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Comarca de Campo Grande.

No documento, o promotor Adriano Lobo Viana de Resende, pede uma indenização por danos morais coletivos de R$ 500 mil.

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