Conversas em celular de alvo de operação levantam suspeita de agiotagem
Comerciante foi alvo de mandado de busca e apreensão em ação contra tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
Alvo de mandado de busca e apreensão e preso em flagrante por posse ilegal de arma de usos restrito o comerciante Josemar Ferreira Lima, 60 anos, também é suspeito de agiotagem. Isso porque durante a operação Guatambu II, na manhã desta quinta-feira (16), os policiais do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) encontraram conversas no celular do homem que indicam o crime.
De acordo com o boletim de ocorrência, a equipe chegou na casa do suspeito no Bairro Jardim Centenário por volta das 6h para cumprir o mandado de busca. No local, embaixo da cama da neta de Josemar, os policiais encontraram a pistola calibre 9 x 19 milímetros. Questionado sobre a arma, ele informou que pertencia a um amigo.
Os policiais continuaram as buscas e em vistoria preliminar no celular de Josemar, encontraram conversas que indicam um possível crime de agiotagem. Com isso, o celular do suspeito foi apreendido e ele autuado em flagrante pelo porte de arma ilegal de uso restrito. A pistola e 4 munições também foram recolhidas pela equipe.
Josemar foi conduzido para a Deccor (Delegacia Especializada de Combate a Corrupção) acompanhado da advogada Maria Clara Stipp Peru e em depoimento contou que trabalha de forma autônoma com compra e venda de gado e tem uma empresa em nome da esposa para comércio de veículos que fica na casa onde mora.
Sobre a pistola, ele contou que pertence a um amigo de nome Magno e que o dono teve um desentendimento com a esposa no sábado, por isso, pediu que Josemar guardasse a arma em sua casa. Por ser documentada, ele afirma que não há nenhuma proibição no que fez e que estava embaixo da cama da neta porque a menina não mora na residência.
Ele ficou preso pelo crime e deve passar por audiência de custódia. Já o outro comerciante, também autuado em flagrante com um revólver calibre 32 foi solto após pagar fiança de R$ 4.236,00. Em depoimento, o homem de 54 anos, disse que “herdou” a arma do pai. Ele também foi alvo de mandado de busca e apreensão por suspeita de integrar a organização criminosa que atua no tráfico de drogas.
Operação – Conforme apurou o Campo Grande News, a operação Guatambu II faz parte da investigação de um esquema de tráfico de drogas que estariam saindo do Paraguai e da Bolívia com destino a diversos estados do Brasil. A apuração começou após a prisão de um traficante em Araçatuba (SP) em outubro de 2022.
Identificado como Fabrício Aparecido da Silva Guilherme. Ele levada 285, 685 quilos de cocaína em um caminhão que foi abordado por equipe da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) após passar pela praça de pedágio em Rubiácea, na rodovia Marechal Rondon. Ao todo foram encontrados 281 tabletes da droga embaixo de uma lona, sendo que 91 deles eram de crack.
Conforme apurado pela Polícia Civil de São Paulo, a droga teria saído de Campo Grande com destino a Birigui para o líder da organização criminosa, ele foi sentenciado a 8 anos e quatro meses pelo crime, mas teve a pena reduzida para 6 anos, 11 meses e dez dias de multa. Outros integrantes da quadrilha foram identificados, um deles identificado como Marcelo dos Anjos chegou a ser preso com 456 quilos de cocaína em agosto de 2023, na cidade de Itu. Em outubro do mesmo ano ele foi condenado a 6 anos e 8 meses de prisão.
As prisões resultaram na operação e durante a investigação, a polícia apurou se tratar de uma organização criminosa que atuava no tráfico interestadual de drogas, com isso, representou pela busca e apreensão em endereços suspeitos de serem usados para lavagem de dinheiro e tráfico de drogas pela quadrilha.
Ao todo foram cumpridas 15 ordens judiciais sendo oito em Campo Grande nos bairros Zé Pereira, Parati, Colibri, Jardim Centenário, Guanandi, Jardim Pênfigo, Nhanha e em uma oficina usada para fabricar fundos falsos para veículos que faziam transporte de drogas no Jardim Itamaracá. Além de em Aquidauana, um em Anastácio, três em Birigui e um em Fortaleza no Ceará.
Para dar cumprimento aos mandados a operação contou também com equipes da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestro), Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), Defurv (Delegacia Especializada de Repressão Furtos e Roubos de Veículos) e da Delegacia Regional de Aquidauana.
Em Mato Grosso do Sul foram empenhados 30 policiais civis para o apoio operacional ao Deinter 10 (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) sob a coordenação da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Araçatuba - SP.
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