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Capital

Corregedoria apura 'provas plantadas' em veículo de morto por policial

Aline dos Santos | 05/05/2017 10:20
Adriano (imagem no celular) foi morto por policial após confusão no trânsito. (Foto: Alcides Neto)
Adriano (imagem no celular) foi morto por policial após confusão no trânsito. (Foto: Alcides Neto)

A suspeita de provas “plantadas” na caminhonete do comerciante Adriano Correia do Nascimento, morto por um policial rodoviário federal após briga de trânsito em Campo Grande, é investigada pela Corregedoria da Polícia Civil. Após ser alvo de duas perícias, foram encontrados no veículo dois maçaricos (flambadores de sushi), com formato que lembra revólver.

De acordo com o delegado Sérgio Luiz Duarte, da Corregedoria, o inquérito policial 11/2017 apura se houve crime de fraude processual. “Como se trata de fato ocorrido no Instituto de Criminalística fica a cargo da Corregedoria apurar eventual envolvimento de servidor. É uma situação delicada e o delegado-geral encaminhou para a Corregedoria apurar os fatos cabalmente”, afirma.

Segundo ele, todos os envolvidos no episódio foram ouvidos novamente e os flambadores passarão por análise. O delegado pediu mais prazo para conclusão do inquérito e a expectativa é que seja concedido mais 30 dias. “Nosso interesse é descobrir a verdade dos fatos”, diz o delegado.

O aparecimento dos flambadores motivou audiência na 1ª Vara do Tribunal do Júri, onde tramita o processo de homicídio, no último dia 11 de abril. Durante acareação, a perita criminal responsável pela análise levantou suspeitas sobre um colega, que a levou de volta à caminhonete Toyota Hilux no dia 4 de janeiro, quando foram encontrados os maçaricos.

Perícias - O veículo foi apreendido desde o dia do crime, 31 de dezembro de 2016, e estava no pátio da Coordenadoria Geral de Perícias, na avenida Senador Filinto Muller, Vila Ipiranga. Após ser alvo de duas perícias, em 31 de dezembro e 2 de janeiro, foram encontrados os novos objetos: dois maçaricos e duas garrafas de bebida alcoólica.

No procedimento administrativo, aberto pela coordenadoria, concluiu-se que as garrafas já estavam no veículo. Mas após a segunda perícia, foram acondicionadas em um saco de lixo junto com outros objetos. O invólucro foi colocado na carroceria.

No entanto, no dia 9 de janeiro, as garrafas voltaram a aparecer dentro da caminhonete. O veículo estava coberto com lona desde 4 de janeiro, quando foram encontrados os dois maçaricos no assoalho em frente ao banco do passageiro.

Caso - O comerciante foi morto na madrugada de 31 de dezembro de 2016, um sábado, na avenida Ernesto Geisel. O policial Ricardo Moon foi denunciado por homicídio doloso contra Adriano e tentativa de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, passageiros da caminhonete.

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