Corretor de gado foragido da PF vai se apresentar amanhã, diz defesa
José Ricardo Guitti Guimaro deve ser apresentar em Brasília. Ele é um dos 14 alvos da Operação Vostok
Considerado foragido desde quarta-feira (12), José Ricardo Guitti Guimaro, o “Polaco”, deve se apresentar à polícia federal nesta segunda-feira, dia 17 de setembro. Segundo a defesa do corredor de gado - um dos 14 alvos da Operação Vostok - a apresentação deve acontecer em Brasília.
A apresentação de “Polaco” deveria acontecer nesta tarde, mas foi adiada porque equipes da força-tarefa da operação retornaram a Brasília neste domingo. Segundo a defesa, por questão de segurança, o corretor de gado deve procurar a Polícia Federal na capital federal no fim da tarde de amanhã.
O advogado José Roberto da Rosa, acionado pela família de “Polaco” para atuar no caso, entregou neste sábado (15) uma petição de ato voluntário na Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande, na qual seu cliente se coloca à disposição das autoridades. O advogado deve viajar até Brasília para acompanhar a apresentação.
Polaco foi alvo de buscas em Mato Grosso do Sul e na cidade de Trairão (PA), onde tem endereços vinculados ao seu nome. O advogado não confirmou o local exato onde seu cliente estava, porém, informou que ele não estava no Estado.
“Ele trabalha com corretagem de gado em um local que não pega telefone. Um dia depois (da operação ser deflagrada, em 12 de setembro) soube da situação. A família ficou em pânico e, quando fui consultado, disse que o melhor caminho era a apresentação, encarar o problema de frente e trazer as informações necessárias”, contou em entrevista ao Campo Grande News.
Enquanto isso, os outros 13 presos durante a operação, foram liberados neste domingo (16) após cumprirem os cinco dias de prisão temporária determinados pela justiça. A ordem de soltura veio do mesmo ministro que ordenou as prisões, Felix Fisher, segundo informaram as defesas dos envolvidos ao Campo Grande News.
Vostok - A operação é relativa ao inquérito que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre as denúncias da J&F, controladora da JBS, de troca de incentivos fiscais por propinas em Mato Grosso do Sul.
Na planilha entregue na delação à operação Lava Jato, Wesley e Joesley Batista relataram que o modelo de pagamento por meio de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial) surgiu ainda na gestão de Zeca do PT, foi mantida por André Puccinelli (MDB) e prosseguiu com Reinaldo Azambuja (PSDB).
Os delatores indicaram pagamentos por meio de notas frias ao atual governador, além da entrega de R$ 10 milhões em mãos. As notas do frigorífico Buriti foram emitidas entre 10 de março e 15 de julho de 2015, totalizando R$ 12.903.691,06.
Outros R$ 15.497.109,40 foram fornecidos por meio de notas falsas. Os emissores foram o pecuarista Elvio Rodrigues (R$ 7,6 milhões), Rubens Massahiro Matsuda (R$ 383 mil), Agropecuária Duas Irmãs Ltda (R$ 886 mil), o deputado estadual José Roberto Teixeira (R$ 1,6 milhão), Miltro Rodrigues Pereira (R$ 1 milhão).
Além de Zelito Alves Ribeiro (R$ 1,7 milhão), o ex-deputado estadual Osvane Aparecido Ramos (R$ 847 mil), Francisco Carlos Freire de Oliveira (R$ 583 mil), o ex-prefeito Nelson Cintra Ribeiro (R$ 296 mil); e o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Márcio Monteiro (R$ 333 mil).