Prisões temporárias vencem e 13 alvos de operação da PF são liberados
Eles deixaram a prisão por volta do meio dia deste domingo, segundo as defesas
Sem a prorrogação da prisão temporária de 5 dias, foram soltos neste domingo 13 presos na operação Vostok, realizada na semana passada pela Polícia Federal. A ordem de soltura veio do mesmo ministro que ordenou as prisões, Felix Fisher, segundo informaram as defesas dos envolvidos ao Campo Grande News.
Dos 14 alvos da operação, só o corretor José Carlos Guitti Guimaro não se apresentou. A promessa é que isso ocorresse entre hoje e amanã, em Brasília, como afirmou o advogado dele, José Roberto da Rosa.
Entre os presos pela Polícia Federal, estava o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), o ex-prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, e o filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o advogado Rodrigo Sousa e Silva, além de pecuaristas e empresários. Os presos estavam espalhados pelo presídio militar e em delegacias de Polícia Civil de Campo Grande.
Deflagrada na quarta-feira, 12 de setembro, a Vostok cumpriu 41 mandados de busca e apreensão e 13 de prisão temporária, como parte das investigações de um esquema que teria concedido créditos irregulares à empresa JBS, controlada pela J&F, dos empresários Joesley e Wesley Batista.
A investigação - A Vostok teve início com a delação premiada dos irmão que apontaram a existência de um esquema de pagamentos por meio de notas frias destinadas ao atual governador, valendo-se de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial). O sistema teria surgido na gestão do ex-governador Zeca do PT, sendo mantido nas de André Puccinelli (MDB) e de Azambuja.
Mais de 220 policiais foram mobilizados para cumprir os mandados, na semana passada. A operação decorre de inquérito no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre as denúncias da J&F de troca de incentivos fiscais por propinas em Mato Grosso do Sul.
Segundo despacho do ministro Felix Fisher, ao qual o Campo Grande News teve o acesso, o Ministério Público Federal aponta um esquema de pagamentos de propinas da empresa do ramo frigorífico a políticos era dividido em três núcleos e rendeu lucro de ao menos R$ 67.791.309 aos denunciados. As fraudes teriam somado prejuízo de R$ 209 milhões ao Estado entre 2014 e 2016.
A Operação Vostok apurou ainda que as fraudes causaram prejuízo de R$ 209 milhões aos cofres estaduais, entre 2014 e 2016.