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Política

Após operação da PF, Marun volta a dizer que eleição deveria ser adiada

Ministro desconfia de operações policiais que acontecem às vésperas das eleições

Anahi Zurutuza e Leonardo Rocha | 14/09/2018 12:34
Ministro Carlos Marun em entrevista durante visita a obra do anel viário em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Ministro Carlos Marun em entrevista durante visita a obra do anel viário em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

O ministro Carlos Marun (MDB) voltou a dizer que as eleições em Mato Grosso do Sul deveriam ser adiadas. O emedebista deu a declaração durante vistoria à obra do anel viário em Campo Grande e dois dias depois que a PF (Polícia Federal) deflagrou a operação Vostok para prender 14 pessoas investigadas por envolvimento em suposto esquema de pagamento de propinas a políticos.

Marun, que nunca escondeu a postura de defensor de André Puccinelli (MDB), falou pela primeira vez que o processo eleitoral estava “maculado” quando ex-governador foi preso no dia 20 de julho. A ação da PF aconteceu às vésperas da convenção do MDB que oficializaria a candidatura de Puccinelli ao governo.

“A impressão que eu tenho é que estão querendo transformar Mato Grosso do Sul numa experiência, num case de como pode se radicalizar a participação da justiça num pleito pra se obter um resultado eleitoral”, declarou o ministro, em entrevista ao programa Tribuna Livre, da Rádio Capital, no dia 3 de agosto, 13 dias após a 5ª fase da Operação Lama Asfáltica.

No fim da manhã desta sexta-feira (14), ele voltou a tocar no assunto. “Espero que a população saiba avaliar os candidatos e a situação do Estado, mas eu tenho certa contrariedade com ações policiais que acontecem durante a campanha”.

Marun questiona até que ponto o trabalho da polícia é somente consequência de investigações ou se haveria alguma intenção de influenciar o quadro eleitoral. “Por que não foram feitas há dois três meses atrás?”.

O emedebista admite que é remota a possibilidade de ser alterada a data do 1º turno das eleições. “Se pudesse, a eleição devia ser adiada em Mato Grosso do Sul. Mas, legalmente, isso seria muito difícil de ocorrer”.

Equipe da PF chegando às superintendência em Campo Grande com saco de documentos apreendidos (Foto: Marina Pacheco)
Equipe da PF chegando às superintendência em Campo Grande com saco de documentos apreendidos (Foto: Marina Pacheco)

Vostok – Na quarta-feira (12), policiais federais e promotores do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), foram às ruas para cumprir 41 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes de Laguna e Trairão, no Pará, além de 14 mandados de prisão temporária.

O foco da operação é um suposto esquema de pagamento de propinas pela JBS em troca de incentivos fiscais do governo do Estado – quando o Executivo  decide deixar de cobrar impostos para estimular que empresa se instale no Estado. Políticos, pecuaristas e empresas do ramo frigorífico foram alvos.

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