Reinaldo questiona PF e diz que origem do seu dinheiro está no trabalho
"Adversários políticos postavam dois dias antes da operação, isso merece esclarecimento. O por quê dessa operação midiática a 20 dias das eleições", diz governador
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) lamenta vazamento seletivo da operação Vostok, vai denunciar a situação a órgão de controle do Ministério Público, relata que respondeu a 36 perguntas na Polícia Federal e que não tem movimentação financeira suspeita.
A ação, autorizada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), investiga suposta troca de incentivos fiscais a J&F, controladora dos frigoríficos JBS, em troca de propina.
“Depois de um ano e quatro meses da delação, tive oportunidade de falar. Depois dos estardalhaço e questão midiática. Esclareci ponto a ponto, apresentei toda a documentação que tira a dúvida do Coaf. Nunca teve movimentação financeira suspeita na minha conta. Tudo que tem de entrada e saída são recursos lícitos da nossa atividade agropecuária. A verdade vai prevalecer ao denuncismo desenfreado”, afirma Azambuja, em entrevista exclusiva nesta sexta-feira (dia 14) no Campo Gande News. O Coaf é o Conselho de Controle de Atividades Financeira, órgão de controle ligado ao Ministério da Fazenda.
De acordo com o governador, o mandado de busca e apreensão, cumprido pela operação Vostok na última quarta-feira (dia 12) em seu apartamento e escritório, não apreendeu nada “significativo”, recolheu documentos e a maior parte já foi devolvida. Azambuja não estava em casa durante a ação porque havia cumprido agenda de campanha em Naviraí. Ele é candidato à reeleição.
Azambuja afirma que a investigação também considerou suspeito depósito da JBS em sua conta. “Pós delação, em setembro de 2017, eu abati bovinos no frigorífico JBS. Emiti nota, tirei GTA [Guia de Trânsito Animal]. Eles me entregaram a contra nota, depositaram dinheiro na minha conta. E isso eles colocam como suspeito. Entreguei todos os documentos ao ministro, para que ele possa analisar toda a movimentação bancária. Pela primeira vez, a gente teve oportunidade de entregar documentos”, afirma.
Seletiva – A defesa do governador vai acionar o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) sobre vazamento seletivo da operação.
“Nosso advogado vai acionar para que possa pedir apuração rigorosa. Do por quê do vazamento. Adversários políticos postavam dois dias antes da operação, isso merece esclarecimento. O por quê dessa operação midiática a 20 dias das eleições”, diz.
Ainda segundo Azambuja, o órgão que fiscaliza o Ministério Público já havia sido acionado pelo seu filho Rodrigo de Souza Silva, preso temporariamente na operação. “Sobre vazamento seletivo de informações à imprensa local”.