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Política

Negociação foi uma venda regular, defende advogada de pecuarista preso

Zelito Ribeiro, um dos 14 alvos da operação da PF, se entregou no fim da tarde de quarta-feira (dia 12)

Mayara Bueno e Danielle Valentim | 13/09/2018 09:25
Advogado de Zelito Ribeiro, Andreia Flores, duranta entrevista na saída da PF. (Foto: Henrique Kawaminami).
Advogado de Zelito Ribeiro, Andreia Flores, duranta entrevista na saída da PF. (Foto: Henrique Kawaminami).

A advogada do pecuarista Zelito Ribeiro, que se entregou à PF (Polícia Federal) no fim da tarde de quinta-feira (dia 13), Andreia Flores, disse que o cliente tem todas as documentações que comprovam a comercialização de gado.

"A alegação que se faz é que houve um repasse e, a partir daí, lavagem de dinheiro. Apresentamos todos os extratos bancários, mostrando que o dinheiro não saiu da conta dele [Zelito] para eventual pagamento a Reinaldo [Azambuja, governador do Estado]".

A defesa afirma, ainda, que, desde 2017, quando vazou o conteúdo da delação dos donos da JBS, foram entregues documentos e respondidas todas as notificações da Receita Federal.

"A prisão é uma surpresa". A advogada afirma que Zelito é um cliente da JBS e que o Iagro fez um levantamento do gado dele, constatando que era compatível com a saída. "Foi uma comercialização de gado. Não sei se essa documentação chegou no inquérito, talvez essa seja a falha".

Ainda na sede da PF, o pecuarista vai prestar depoimentos nesta manhã.

Vostok - A operação é relativa ao inquérito que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre as denúncias da J&F, controladora da JBS, de troca de incentivos fiscais por propinas em Mato Grosso do Sul.

Na planilha entregue na delação à operação Lava Jato, Wesley e Joesley Batista relataram que o modelo de pagamento por meio de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial) surgiu ainda na gestão de Zeca do PT, foi mantida por André Puccinelli (MDB) e prosseguiu com Reinaldo Azambuja (PSDB).

Os delatores indicaram pagamentos por meio de notas frias ao atual governador, além da entrega de R$ 10 milhões em mãos. As notas do frigorífico Buriti foram emitidas entre 10 de março e 15 de julho de 2015, totalizando R$ 12.903.691,06.

Outros R$ 15.497.109,40 foram fornecidos por meio de notas falsas. Os emissores foram o pecuarista Elvio Rodrigues (R$ 7,6 milhões), Rubens Massahiro Matsuda (R$ 383 mil), Agropecuária Duas Irmãs Ltda (R$ 886 mil), o deputado estadual José Roberto Teixeira (R$ 1,6 milhão), Miltro Rodrigues Pereira (R$ 1 milhão).

Além de Zelito Alves Ribeiro (R$ 1,7 milhão), o ex-deputado estadual Osvane Aparecido Ramos (R$ 847 mil), Francisco Carlos Freire de Oliveira (R$ 583 mil), o ex-prefeito Nelson Cintra Ribeiro (R$ 296 mil); e o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Márcio Monteiro (R$ 333 mil).

 

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