PF aguarda três alvos da Vostok se entregarem e ainda colhe depoimentos
Operação foi deflagrada ontem com 14 mandados de prisão e 44 de busca e apreensão de documentos.
A PF (Polícia Federal) aguarda três dos 14 alvos da Operação Vostok e ainda colhe depoimentos nesta quinta-feira (dia 13). A ação, desencadeada ontem, envolveu 220 policiais para cumprir 14 mandados de prisão e 44 de busca e apreensão de documentos.
Até às 19h30 de quarta-feira, faltavam se apresentar o produtor rural e ex-prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra Ribeiro, José Ricardo Guitti Guimaro e o também pecuarista Elvio Rodrigues. No caso de Cintra, a informação da defesa é de que ele chegaria de viagem nesta quinta e, por isso, se entregaria hoje.
Todos os casos de prisões são temporárias, ou seja, valem por até cinco dias, período que pode ser prorrogado por igual período.
Sobre os depoimentos, a advogada do pecuarista Zelito Ribeiro, Andreia Flores, afirmou, ontem, que as oitivas serão retomadas nesta quinta, a partir das 9h30.
Nesta manhã, por enquanto, o movimento é tranquilo na sede da PF e, há pouco, a defesa de Zelito chegou. "Todas as informações que pediram ele prestou, foram seis notificações da Receita Federal, todas atendidas", disse em entrevista breve.
A reportagem apurou que alguns dos presos passaram a noite na Superintendência da Polícia Federal, para, justamente, serem ouvidos nesta manhã.
Alvos - O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) e o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Márcio Monteiro, dois dos 11 presos, foram levados para o Presídio Militar, em Campo Grande.
Além do Presídio Militar, o Centro de Triagem deve receber outros presos. Osvane estava nesta noite na sede do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros).
Também foram presos Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o pecuarista Francisco Carlos Freire de Oliveira, Miltro Rodrigues Pereira, Ivanildo da Cunha Miranda (delator da Lama Asfáltica), o empresário João Roberto Baird, Antônio Celso Cortez (dono da PSG Tecnologia Aplicada), Osvane Aparecido Ramos (ex-prefeito de Dois Irmãos do Buriti) e Rubens Massahiro Matsuda.
A análise de todos os materias apreendidos ontem será feita pela própria PF de Mato Grosso do Sul.
Investigação – A Vostok teve início com a delação premiada dos irmãos Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&F –controlador da JBS–, que apontaram a existência de um esquema de pagamentos por meio de notas frias que se usa de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial). O sistema teria surgido na gestão do ex-governador Zeca do PT, sendo mantido nas de André Puccinelli (MDB) e de Azambuja.
Segundo despacho do ministro Feliz Fisher, ao qual o Campo Grande News teve o acesso, o Ministério Público Federal aponta um esquema de pagamentos de propinas da empresa do ramo frigorífico a políticos era dividido em três núcleos e rendeu lucro de ao menos R$ 67.791.309 aos denunciados. As fraudes teriam somado prejuízo de R$ 209 milhões ao Estado entre 2014 e 2016.