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Política

Motorista do deputado Zé Teixeira foi preso por porte ilegal de arma

O empregado pagou fiança de R$ 4 mil e deve ser liberado ainda na tarde de hoje

Anahi Zurutuza, Geisy Garnes e Leonardo Rocha | 12/09/2018 15:10
Policiais no gabinete do deputado Zé Teixeira (Foto: Paulo Francis)
Policiais no gabinete do deputado Zé Teixeira (Foto: Paulo Francis)

Leandro Ferreira Pinto, motorista do deputado estadual José Roberto Teixeira, o Zé Teixeira (DEM), não era alvo da Operação Vostok, mas acabou preso nesta quarta-feira (12) por ter sido flagrado com uma arma ilegal. O funcionário do parlamentar estava com um revólver calibre 32, mas não tem porte.

O empregado pagou fiança de R$ 4 mil e deve ser liberado ainda na tarde de hoje.

Quem deu as informações foi o advogado dele, Maurício Rasslan, que foi enviado pela família de Zé Teixeira de Dourados para Campo Grande. Também na sede da PF (Polícia Federal) na Capital está Carlos Marques, que representa o deputado.

Zé Teixeira é um dos alvos de mandados de prisão temporária (que dura 5 dias). Além dele, estão na lista Rodrigo Souza e Silva (filho do governador Reinaldo Azambuja) e o conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), Márcio Monteiro.

Buscas – O deputado foi preso em hotel em Campo Grande. O gabinete do parlamentar, que é o 1º secretário da ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), é vasculhado por equipe com cerca de 10 agentes e oito horas.

Os policiais chegaram antes das 7h, pediram que funcionários se retirassem e conforme apurou o Campo Grande News, a equipe, também formada por promotores da 30ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público, está olhando documento por documento.

Equipe que fez buscas na Governador (Foto: Henrique Kawaminami)
Equipe que fez buscas na Governador (Foto: Henrique Kawaminami)

Vostok – Nesta quarta-feira, a operação cumpre 41 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes de Laguna; e Trairão, no Pará. Foram ao todo 220 policiais federais enviados para as ruas, além dos promotores do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Equipes estiveram na casa do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), no edifício State Garden, na avenida Alvorada, no centro de Campo Grande, e também no apartamento de Rodrigo, o filho do chefe do Executivo, que mora em prédio no cruzamento das ruas 13 de Junho e avenida Afonso Pena.

Vostok é o nome de uma estação de pesquisa russa localizada na Antártida onde já foi registrada uma das menores temperaturas da Terra. Ainda segundo a PF, o nome faz referência às notas fiscais frias utilizadas para a dissimulação dos pagamentos.

O foco da operação é o esquema de pagamento de propinas pela JBS em troca de incentivos fiscais – quando o Executivo decide deixar de cobrar impostos para estimular que empresa se instale no Estado. Políticos, pecuaristas e empresas do ramo frigorífico.

Além do filho de Reinaldo, do deputado e do conselheiro, foram presos:

Ivanildo da Cunha Miranda (pecuarista e delator na Lama Asfáltica)
João Roberto Baird (ex-dono da Itel Informática)
José Ricardo Guitti Guimaro (corretor de gado e apontado como intermediador de propina)
Antônio Celso Cortez (dono da empresa PSG Tecnologia Aplicada)
Elvio Rodrigues (pecuarista)
Francisco Carlos Freire de Oliveira (pecuarista)
José Roberto Teixeira (deputado estadual)
Miltro Rodrigues Pereira (pecuarista)
Nelson Cintra Ribeiro (ex-prefeito de Porto Murtinho)
Osvane Aprecido Ramos (ex-prefeito de Dois Irmãos do Buriti)
Rubens Massahiro Matsuda (pecuarista)
Zelito Alves Ribeiro (pecuarista)

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