"Surpreende fazer isso às vésperas da eleição", diz defesa de deputado preso
Carlos Marques, advogado de Zé Teixeira, foi à sede da PF, para saber sobre operação que envolve parlamentar
O advogado do deputado estadual Zé Teixeira (DEM), preso nesta quarta-feira (dia 12) pela Operação Vostok, Carlos Marques, disse que a situação do cliente está regular e que trata-se de um processo "que todos já sabem".
Reforçou que a prisão do deputado é temporária, portanto, válida por até cinco dias, e que a defesa vai avaliar como reverter a medida. "Agora nós vamos acompanhar".
Disse, ainda, que "surpreende" a prisão que é resultado de uma investigação de dois anos ocorrer agora.
"É uma apuração de dois anos, que todos sabiam, fazer uma prisão temporária sem necessidade de um homem que tem endereço certo, candidato à reeleição. Acha razoável? Obviamente não é, essa é uma medida midiática tomada pelo poder judiciário".
Segundo o advogado, Zé Teixeira afirma que vendeu gado, demonstrou a fazenda de onte saiu e para onde foi, "Tem GTA emitida, guia de transporte. Da nossa parte, está totalmente regular".
Ao cliente, policiais federais perguntaram sobre supostas notas frias, se os bois foram ou não vendidos, quem comprou, entre outras informações.
O deputado foi preso no início da manhã no Hotel Jandaia, em Campo Grande, onde se hospeda nos dias em que participa de sessões da Assembleia Legislativa e outros compromissos políticos.
Ação - A operação é relativa ao inquérito que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre as denúncias da J&F, controladora da JBS, de troca de incentivos fiscais por propinas em Mato Grosso do Sul.
A lista dos 14 alvos da operação Vostok, deflagrada nesta quarta-feira (dia 12), tem Rodrigo Souza e Silva (filho do governador Reinaldo Azambuja); o deputado estadual José Roberto Teixeira, o Zé Teixeira (DEM); o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Márcio Monteiro; o pecuarista Ivanildo Miranda, conhecido por ser delator do ex-governador André Puccinelli na Lama Asfáltica; além de ex-prefeitos e pecuarista.
Na planilha entregue na delação à operação Lava Jato, Wesley e Joesley Batista relataram que o modelo de pagamento por meio de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial) surgiu ainda na gestão de Zeca do PT, foi mantida por André Puccinelli (MDB) e prosseguiu com Reinaldo Azambuja (PSDB).
Os delatores indicaram pagamentos por meio de notas frias ao atual governador, além da entrega de R$ 10 milhões em mãos.