Advogado de preso pela PF vai apelar ao STF por liberdade
Operação é relativa ao inquérito que tramita no STJ sobre as denúncias da J&F
Carlos Amaro, advogado de Antonio Celso Cortez, dono da empresa PSG Tecnologia Aplicada, negou que seu cliente tenha praticado qualquer ato de irregularidade e afirmou que vai ao STF (Supremo Tribunal Federal) solicitar habeas corpus para a soltura do cliente.
O empresário foi preso foi preso nesta quarta-feira (12) durante a Operação Vostok, relativa ao inquérito que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre as denúncias da J&F, controladora da JBS, de troca de incentivos fiscais por propinas em Mato Grosso do Sul.
"Meu cliente nunca viu dinheiro ilícito. O que recebeu foi pelo serviço que prestou", disse ao chegar na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Campo Grande. A prisão do empresário é temporária e vale por cinco dias.
Na planilha entregue na delação à operação Lava Jato, Wesley e Joesley Batista relataram que o modelo de pagamento por meio de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial) surgiu ainda na gestão de Zeca do PT, foi mantida por André Puccinelli (MDB) e prosseguiu com Reinaldo Azambuja (PSDB).
Os delatores indicaram pagamentos por meio de notas frias ao atual governador, além da entrega de R$ 10 milhões em mãos. As notas do frigorífico Buriti foram emitidas entre 10 de março e 15 de julho de 2015, totalizando R$ 12.903.691,06.
Outros R$ 15.497.109,40 foram fornecidos por meio de notas falsas. Os emissores foram o pecuarista Elvio Rodrigues (R$ 7,6 milhões), Rubens Massahiro Matsuda (R$ 383 mil), Agropecuária Duas Irmãs Ltda (R$ 886 mil), o deputado estadual José Roberto Teixeira (R$ 1,6 milhão), Miltro Rodrigues Pereira (R$ 1 milhão).
Além de Zelito Alves Ribeiro (R$ 1,7 milhão), o ex-deputado estadual Osvane Aparecido Ramos (R$ 847 mil), Francisco Carlos Freire de Oliveira (R$ 583 mil), o ex-prefeito Nelson Cintra Ribeiro (R$ 296 mil); e o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Márcio Monteiro (R$ 333 mil).
Os demais alvos são João Roberto Baird, que era dono da Itel Informática; José Ricardo Guitti Guimaro, conhecido como Polaco, suspeito de ser intermediário no pagamento de propina; Antonio Celso Cortez, dono da empresa PSG Tecnologia Aplicada. Mandado de busca e apreensão foi cumprido na apartamento do governador, em Campo Grande.