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Capital

Criminalista filho de advogado assassinado em 2002 é alvo de buscas

Casa de Alexandre Franzoloso, filho de advogado assassinado em 2002, foi alvo de mandado

Marta Ferreira | 27/09/2019 12:57
Equipe do Garras no condomínio onde Jamil Name foi preso. Ao lado do carro, o filho de Jamil Name, o deputado estadual Jamilson Name. (Foto: Henrique Kawaminami)
Equipe do Garras no condomínio onde Jamil Name foi preso. Ao lado do carro, o filho de Jamil Name, o deputado estadual Jamilson Name. (Foto: Henrique Kawaminami)

A casa do advogado Alexandre Franzoloso, presidente em Mato Grosso do Sul da Abracrim (Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas), foi um dos 21 locais alvos de busca feita pela Operação Ormetà, que prendeu na manhã desta sexta-feira (27) os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, sob acusação de chefiar milícia responsável por execuções. Avisada ontem pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), a Comissão de Prerrogativas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanhou a busca.

Franzoloso é filho do advogado Sérgio Franzoloso, vítima de execução em seu escritório, no Jardim dos Estados, no ano de 2002. O crime foi atribuído a um presidiário, condenado a 18 anos de prisão.

A presidente da Comissão, Silmara Salamaia, informou ao Campo Grande News que o órgão acompanha casos assim para garantir o respeito às prerrogativas dos advogados, como por exemplo, a inviolabilidade das comunicações com os clientes. De acordo com ela, quando houve o aviso ontem, por determinação do juiz que ordenou as buscas, Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, não foi informado onde e contra quem seria o mandado de busca.

Alexandre Franzoloso não acompanhou a ação em sua residência, na Vila do Polonês, bairro vizinho ao Carandá Bosque. Por telefone, informou que está no Rio de Janeiro e que, por ora, não tem como comentar o assunto por desconhecer o teor da decisão.

A reportagem apurou que a solicitação é o interesse da busca eram materiais como anotações e agendas, ou ainda arquivos em dispositivos eletrônicos que possam estar relacionados à atuação da organização criminosa. Também foi pedida a apreensão do aparelho de celular do advogado, além de quantias em dinheiro sem origem declarada.

O advogado Alexandre Franzoloso, que teve a casa alvo de buscas do Gaeco nesta sexta-feira (Foto: Reprodução internet
O advogado Alexandre Franzoloso, que teve a casa alvo de buscas do Gaeco nesta sexta-feira (Foto: Reprodução internet

Indagado se atende algum cliente envolvido nas investigações sobre a existência de milícia comandada pelos Name, disse que não. Porém, quando houve a prisão do guarda civil Marcelo Rios, que deu início a toda a apuração, Franzosolo era o representante legal do servidor.

A ação – Deflagrada nesta sexta-feira (dia 27), a operação Ormetà apura crimes de organização criminosa suspeita de crimes de homicídio, milícia armada, corrupção ativa e passiva. A operação é realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), força-tarefa da Polícia Civil que investiga execuções na Capital, e Polícia Militar, por meio do Batalhão de Choque e Bope (Batalhão de Operações Especiais).

Além dos 21 mandado de busca e apreensão, são 23 ordens de prisões, 13 preventivas e 10 temporárias. A lista de presos inclui um policial federal e quatro policiais civis. Jamil Name e Jamil Name Filho foram presos no residencial Bela Vista, na Rodolfo José Pinho, Jardim São Bento. O nome da operação, Ormetà é um código de honra da máfia italiana, que faz voto de silêncio.

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