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Capital

Debaixo da chuva, sem-teto despejados dizem não ter para onde ir

Na sexta-feira 38 barracos foram derrubados na área que é considerada invadida

Guilherme Henri e Bruna Kaspary | 22/10/2017 17:36
Área invadida está localizada no Indubrasil (Foto: Marina Pacheco)
Área invadida está localizada no Indubrasil (Foto: Marina Pacheco)

Debaixo de chuva, os sem-teto que foram despejados de uma área no Indubrasil, ao lado da fábrica de refrigerantes Refriko dizem que não ter para onde ir.

No local, há 133 famílias e na sexta-feira (20) pelo menos 38 barracos foram derrubados. A “promessa” é de que a prefeitura acabe de retirar as famílias até a terça-feira (25).

Rostos apreensivos, lama devido a chuva e no chão alguns dos panfletos que notificaram os moradores da área invadida de que precisam deixar seus barracos ilustram a tarde de domingo (23).

Barracos terão que ser desocupados até a terça-feira (25) (Foto: Marina Pacheco)
Barracos terão que ser desocupados até a terça-feira (25) (Foto: Marina Pacheco)
Rostos apreensivos e clima de desolação marcaram o fim da tarde deste domingo (Foto: Marina Pacheco)
Rostos apreensivos e clima de desolação marcaram o fim da tarde deste domingo (Foto: Marina Pacheco)

Desempregada e grávida de 7 meses, Camila Pereira dos Santos, 31 anos, disse que não tem para onde ir. “Estamos esperando para eles me tirarem daqui grávida e passarem por cima do meu barraco”, desabafa a mulher, que estava acompanhada do marido Jucelino de Lima, 33 anos.

Na mesma situação, Rozildo Vieira de Araújo, foi um dos moradores que na sexta-feira chegou ser algemado pela Guarda Municipal por ter questionado o motivo de eles terem que sair do terreno.

“Estou afastado do trabalho há dois meses e mesmo com o que ganho não tenho condições de pagar um aluguel”, alega o auxiliar de serviços gerais, que já morou em casa alugada e na época, as contas comprometiam todo o salário dele.

Na sexta-feira 38 barracos foram derrubados (Foto: Marina Pacheco)
Na sexta-feira 38 barracos foram derrubados (Foto: Marina Pacheco)

O drama também é compartilhado pelo motorista de caminhão guincho, Flávio Rodrigues Silva, 32 anos, que mora há dois anos na área e ainda não sabe para onde irá. “Só se nós formos morar na frente da casa deles porque não tenho para onde ir”, reforça, sobre os funcionários da prefeitura que estão encarregados da desapropriação.

Prefeitura - A Emha (Agência Municipal de Habitação) afirma que há duas semanas, equipes da prefeitura já haviam derrubado 10 esqueletos de barraco e notificado os invasores da área pública municipal localizada na região do Indubrasil para que não voltassem a invadir este local. Entretanto, desobedeceram as ordens da Semadur, pois já sabiam de que se tratava de uma ocupação irregular.

Camila Pereira dos Santos, 31 anos (Foto: Marina Pacheco)
Camila Pereira dos Santos, 31 anos (Foto: Marina Pacheco)

Na quinta-feira (19), os invasores foram notificados para desocupação imediata. A força-tarefa para conter a invasão fez registros fotográficos dos barracos que permaneceram, porém, não há projetos habitacionais previstos para atender os invasores.

Alerta - A agência ainda ressalta que esta área localizada no Indubrasil não é compatível para parcelamento, já que não possui condições de moradia. Trata de um zoneamento industrial sem infraestrutura para abrigar projeto habitacional.

Confira a galeria de imagens:

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