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Capital

Debaixo de sol e de chuva: cidade ainda tem quase 2 mil pontos sem cobertura

Centenas de pontos sinalizados apenas com pedaço de madeira estão entre as principais reclamações dos usuários

Por Geniffer Valeriano | 08/10/2023 11:46
Debaixo de sol e de chuva: cidade ainda tem quase 2 mil pontos sem cobertura
Ponto em frente a Delegacia de Atendimento à Mulher, no Jardim Imá (Foto: Marcos Maluf)

Enquanto alguns pontos de ônibus da Capital contam com cobertura e até tomada, outros se resume a um poste de madeira para sinalizar a parada. Difícil encontrar uma forma de se proteger da chuva e do sol durante a espera pelo coletivo. As reclamações dos usuários vão desde a falta de infraestrutura dos locais até problemas com o aplicativo que mostra o horário dos ônibus.

Conforme a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) em Campo Grande, são 1.900 pontos com os postes de madeira. Ainda foi informado que dos cobertos, 1.900 são de abrigos metálicos, 351 de concreto e dois são contêineres. Além disso há cinco "Peg Fácil" e 10 estações de transbordo. Ao todo a Capital possui 4.381 pontos de ônibus, com manutenção sob responsabilidade da Agência de Trânsito.

O Campo Grande News foi até o ponto da Rui Barbosa, quase esquina com a Barão do Rio Branco, para conversar com os passageiros. E mesmo no centro da cidade é possível encontrar com facilidade pontos sinalizados apenas com um pedaço de madeira, sem qualquer proteção.

“É complicado, né?”, diz a empregada doméstica Cristina Andrade, de 48 anos, logo ao ser abordada pela reportagem enquanto aguardava na Rua Barão do Rio Branco. Ela conta que para chegar no serviço sai de casa logo às 5 horas da manhã e quando sai, por volta das 16h, precisa ficar um bom tempo esperando pelo ônibus em pé e debaixo de sol.

Debaixo de sol e de chuva: cidade ainda tem quase 2 mil pontos sem cobertura
Passageiros aguardam no ponto de ônibus da Barão do Rio Branco (Foto: Paulo Francis)

“É péssimo. É horrível, porque não é só o sol, depois vem a chuva e você também não tem onde ficar, se esconder ou se abrigar. Temos que ir para debaixo das lojas, mas daí você pode perder o ônibus porque ele pode virar e você não ver”, relata.

Maria de Lourdes, de 57 anos, mora no bairro Uirapuru e relata que próximo a sua casa o ponto até pouco tempo também era identificado apenas com a madeira. Porém, sem ter pavimentação na rua, a empregada doméstica relata que a situação por lá é muito pior.

“É bem pior, a rua é de chão e não é asfaltada. Ela está toda esburacada e se você não se segurar você cai, tem que ir se segurando no ônibus. A cobertura colocaram esses dias, mas pouco depois desceu uma caçamba e deixou um monte de entulho quase em cima do ponto, para o ônibus encostar tem que desviar. Não dá nem para ficar debaixo da cobertura”, disse.

Em contrapartida, no corredor de ônibus da Rui Barbosa possui cobertura e até tomadas para os usuários. E nem todas estão em condições de uso, a reportagem esteve em um destes pontos e encontrou apenas os canos por onde a fiação passava.

Debaixo de sol e de chuva: cidade ainda tem quase 2 mil pontos sem cobertura
No lugar onde ficavam as tomadas sobraram apenas os destroços (Foto: Paulo Francis)

Lilian Rocha, de 46 anos, contou que há alguns dias sua filha chegou a utilizar uma das tomadas presentes no ponto. Ao ver que as tomadas haviam sido destruídas, a mulher lamentou a situação. “É ruim, né? As pessoas vem e destroem e quando precisamos não tem como usar”.

O laboratorista, Wesley Silva, de 25 anos, disse que além das coberturas, ele acredita que todos os pontos deveriam ter tomadas instaladas. O homem ainda relembrou que outro dia estava no ponto quase sem bateria em seu celular e não pode nem consultar o horário em que o ônibus passaria no local.

Debaixo de sol e de chuva: cidade ainda tem quase 2 mil pontos sem cobertura
Através do site do Consórcio Guaicurus é possível ver a localização do ônibus em tempo real (Foto: Alex Machado)

Consulta de horários - Precisando usar o ônibus diariamente, Flávia Cardoso, de 33 anos, relata que para conseguir chegar em tempo utiliza a ferramenta do consórcio Guaicurus para ver o horário em que o coletivo vai passar.

Nem sempre ele acerta, as vezes olhamos aquela setinha que mostra que ele está chegando, mas ele já passou. O meu filho é autista, então por esse problemas acabo me atrasando para as consultas dele. Já cheguei a andar sete quadras para ir em outro ponto e pegar outro ônibus”, contou.

A atendente Emanuele Rocha, de 23 anos, diz ter deixado o aplicativo do consórcio de lado, após descobrir que o google maps possui uma ferramenta que mostra o horário dos ônibus. “Ele mostra o horário e também onde ele está. É bem preciso, eu prefiro ele do que o outro”, diz.

Como consultar - Para realizar as consultas de horários através do consórcio Guaicurus basta acessar o site da empresa. Logo na página inicial aparecerá a opção "consultar horário de ônibus". Através do site do consórcio é possível ainda visualizar mudanças nas rotas dos ônibus, quando há alguma alteração.

No entanto, é preciso que o usuário saiba o nome ou o número da linha que deseja pegar, para poder realizar a busca pelo horário. Quando achado a linha do ônibus o site dará três opções: o horário da tabela, o horário aproximado por estação de embarque e a localização em tempo real. Porém, a última opção nem sempre está disponível para todas as linhas e conforme os relatos dos usuários podem estar atrasados.

Enquanto para a consulta pelo Google Maps, é necessário abrir o aplicativo e escolher o ponto mais próximo a você ou aquele em que você pretende ir. Quando localizado, basta clicar no ponto que todas as linhas que passam pelo local aparecerão.

Para conseguir olhar outros horários o usuário precisa apenas clicar na linha desejada. Quando selecionado o horário que pretende pegar o ônibus,  basta reduzir o zoom do mapa para conseguir acompanhar o veículo em tempo real.

A reportagem questionou a assessoria da Prefeitura de Campo Grande sobre os problemas citados na reportagem. Não houve resposta até o momento. O espaço segue aberto.

Debaixo de sol e de chuva: cidade ainda tem quase 2 mil pontos sem cobertura
Ponto de ônibus na Rua Rui Barbosa (Foto: Paulo Francis)

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