ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
JANEIRO, QUARTA  22    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Defensores visitam Gameleira para analisar denúncias e conversar com presos

Presos denunciam tortura, má qualidade da alimentação, falta de atendimento médico, ventilador e colchão em celas.

Mirian Machado e Mariana Rodrigues | 19/02/2021 10:20
Defensores visitam Gameleira para analisar denúncias e conversar com presos
Movimentação de policiais em frente ao presídio nesta manhã (19)(Foto: Marcos Maluf)

Três defensores públicos chegaram nesta manhã (19) na Penitenciária de Regime Fechado da Gameleira, em Campo Grande para analisar situação após greve de fome de detentos e conversar com alguns deles. Familiares de presos chegam aos poucos em frente ao presídio para mais um dia de manifestação.

Defensores visitam Gameleira para analisar denúncias e conversar com presos
Defensor Cahue Duarte Urdiales, coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário (Foto: Marcos Maluf)

Os defensores, Cahue Duarte Urdiales, coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário, Pedro Paulo Gasparini coordenador do Núcleo de Ações Estratégicas e Mateus Sutana, coordenador do Núcleo de Direitos Humanos, afirmaram ao Campo Grande News, que apesar de fazerem atendimentos virtuais e presenciais com internos e familiares semanalmente, não chegaram a receber denuncias de nenhuma das partes, mas que também não quer dizer que não haja a tal situação.

Ambos ficaram sabendo da suspeita de violação dos direitos humanos através da imprensa e resolveram analisar a situação nesta sexta-feira.

Conforme o defensor Cahue Duarte será averiguado as denuncias de tortura, má qualidade da alimentação e falta de atendimento médico, por exemplo. Haverá conversa com ao menos quatro internos. “Se caso for comprovada as denuncias, será iniciada uma articulação da Defensoria junto à Sejusp e Agepen e cada caso será analisado individualmente”, explicou.

Defensores visitam Gameleira para analisar denúncias e conversar com presos
Defensor Pedro Paulo Gasparini coordenador do Núcleo de Ações Estratégicas (Foto: Marcos Maluf)

Ambos representantes afirmaram que já conversaram inclusive com o diretor do presídio e da própria Agepen. Pedro Gasparini informou ainda que tudo será apurado e que a defensoria busca o consenso. “Se necessário, serão tomadas medidas judiciais”, afirmou.

A esposa de um dos internos, cabeleireira de 23 anos que não quis se identificar, disse que o marido está na gameleira há oito meses aguardando vaga para voltas à Três Lagoas. Ela chegou à 8h em frente ao local para acompanhar e relatou que o marido reclama da má alimentação. “Pouca comida e comida azeda”, disse.

Ela ainda afirmou que em vista do estado do uniforme dos presos muitas melhores, inclusive ela, tem comprado novos uniformes para os internos. Há ainda reclamação sobre a falta de colchão, ventilador e também de atendimento médico. “Desde que começou a greve muitos estão passando mal, desmaiando. Não sei se é punição, mas eles não estão recebendo atendimento médico”, contou.

Ontem (18), quatro advogados conversaram com os presos e prometeram levar à diante as reivindicações deles. Os relatos dos presos serão documentados e protocolados na comissão de Direitos Humanos da seccional local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

PCC - Conforme a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) a greve de fome foi incitada por lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) na unidade. "Desde o sábado [dia 13], um grupo formado por lideranças negativas passou a recusar as refeições oferecidas, exigindo que sejam autorizadas algumas regalias na penitenciária, entre elas televisores nas celas", diz a nota.

Nos siga no Google Notícias