Defesa cita perdão judicial e pede liberdade de condutor que causou acidente
Willian Moraes dirigia carro, furou sinal e esposa morreu no acidente; polícia constatou sinais de embriaguez
A defesa do motorista Willian Junior Moraes Guimarães, de 25 anos, responsável pelo acidente que provocou a morte da esposa, Ângela Maria Santos Vieira, 27, na Avenida Mato Grosso, em Campo Grande, citou perdão judicial ao entrar com pedido de liberdade provisória. Willian passa pela audiência de custódia nesta terça-feira (16).
No documento, a defesa cita o 5º artigo do Código Penal, em que consta que na hipótese de homicídio culposo "o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária".
Segundo o texto, Willian perdeu a esposa e sofrerá pelo resto da vida. "(...) certamente incidirá no caso em tela o perdão judicial descrito no § 5º do artigo 121 do CP, vez que o sofrimento ocasionado pela situação em si de perder sua esposa será um eterno martírio que perdurará pelo resto de sua vida".
A defesa afirma que Willian não tinha intenção de matar a esposa "com quem mantinha relacionamento estável e possui grande afeto". Ao pedir a liberdade, ainda, afirma que o acusado é réu primário, possui bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita. Também afirma que a liberdade dele não atrapalhará a investigação e não há risco de fuga.
Willian tem a guarda dos dois filhos, o que também é colocado em questão no pedido da defesa, que pede a liberdade provisória sem fiança e caso necessário, que a Justiça imponha medidas cautelares. "Não sendo esse o melhor entendimento requer a substituição da prisão preventiva por domiciliar por ser único responsável por filho menor de 12 anos".
Acidente - O acidente ocorreu por volta das 22 horas de domingo (14). Willian Junior Moraes Guimarães conduzia um Volkswagen Jetta pela Avenida Mato Grosso, quando, segundo boletim de ocorrência, no cruzamento com a Rua Dr. Paulo Machado, furou o sinal vermelho e bateu em um Chevrolet Tracker, conduzido por uma mulher.
Após o impacto, o Jetta invadiu o canteiro central, derrapou na pista e colidiu no muro de uma empresa. Willian recebeu atendimento, mas não precisou ser encaminhado a unidade de saúde. Ângela ocupava o banco dianteiro do passageiro, justamente o lado atingido pelo Tracker. Ela recebeu atendimento no local, mas não resistiu e morreu. O passageiro que ocupava o banco de trás sofreu ferimentos leves e foi socorrido.
Já o Tracker, após a colisão, girou sobre a pista e parou na Avenida Mato Grosso. A condutora teve um grave ferimento no braço e foi socorrida por familiares.
Willian relatou que desde as 17h30 estava com os amigos em uma conveniência na Rua Antônio Maria Coelho, quando decidiram ir embora. Ele se recusou a realizar o teste do bafômetro, mas conforme a Polícia Militar "apresentava diversos sintomas de alcoolemia, tais como hálito etílico, dificuldade de equilíbrio e locomoção, fala desconexa, olhos avermelhados e vestes descompostas".
A perícia ainda constatou que provavelmente Willian trafegava em alta velocidade. No Jetta, foram encontradas várias garrafas de cerveja. Willian foi preso e levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol.
Ângela deixou dois filhos pequenos. O enterro acontece na manhã de hoje.