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Capital

Defesa e parentes de presos da Omertà transferidos alegam arbitrariedade

Em mandado de segurança impetrado, alegação é de que, como Judiciário está em recesso, não houve autorização judicial para medida

Marta Ferreira e Aline dos Santos | 02/01/2020 20:23
Rafael Antunes Vieira e Robert Kopetski, guardas civis municipais presos, durante chegada ao Centro de Triagem, de onde foram transferidos para o interior. (Foto: Kisie Ainoã)
Rafael Antunes Vieira e Robert Kopetski, guardas civis municipais presos, durante chegada ao Centro de Triagem, de onde foram transferidos para o interior. (Foto: Kisie Ainoã)

A defesa de seis guardas civis municipais presos durante a Operação Omertà, contra grupo de extermínio, está tentando na Justiça fazer com que eles voltem para presídios em Campo Grande, depois da transferência, no dia 21 de dezembro, para unidades da Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) em Dourados e Naviraí. Em mandado de segurança impetrado no dia 31 de dezembro, o advogado Márcio Almeida argumenta que os presos foram levados sem autorização judicial, já que o judiciário está em recesso, e por isso, a medida foi “arbitrária”.

Familiares reclamam de ter perdido a visita aos detentos justamente no domingo anterior a Natal e, também, dizem estar sendo privados de informação sobre eles.

Réus por desenvolver atividades ilícitas para a organização criminosa dedicada a crimes de pistolagem alvo da Omertà, os seis servidores públicos de Campo Grande, hoje afastados, foram transferidos pela Agepen sob suspeita de estar planejando fuga da cela 17 do CT (Centro de Triagem Anízio Lima). Alcinei Arantes da Silva, Rafael do Carmo Peixoto e Robert Vitor Kopestki foram recambiados para Dourados, a 233 km de Campo Grande. A penitenciária de segurança Máxima de Naviraí, municío a 366 km da Capital, foi destino de outros três guardas presos, Eronaldo Vieira da Silva, Rafael Antunes Vieira e Igor Cunha de Souza.

O advogado que os representa tentou primeiro conseguir decisão favorável aos clientes em pedido de habeas corpus, diretamente ao Tribunal de Justiça, mas não obteve êxito. Por isso, desistiu da ação e acionou o plantão do primeiro grau. A esposa de um dos presos a registrar boletim de ocorrência, anexado ao mandado de segurança.

“Sem saber” - Esposa de Rafael do Carmo, um dos transferidos, Melry dos Santos Ricci Ribeiro, disse que estava aguardando a visita do domingo, 22 de dezembro. Segundo ela, havia um combinado de fazer almoço de Natal. Só que no sábado, 21, segundo ela, parentes de outro guarda, Robert Kopestki, ligaram no presídio e descobriram a mudança de unidade prisional.

Guarda municipal como o filho, Robert, Vítor Luiz Kopetski, contou que soube da transferência no dia 21 de dezembro. No dia 23, diz, familiares foram a Naviraí, mas não puderam ter contato com o preso, que estaria isolado. Ele disse ter sido informado sobre o motivo da transferência, mas rejeita essa ideia. “Ele não tem motivo pra fugir”.

Kopetski citou o filho foi preso, solto, e quando a justiça decretou nova prisão, se apresentou no fórum. "Conheço o que tenho dentro de casa. Meu filho não foi educado para ser bandido".
De acordo com a Agepen, os presos vão ficar nas unidades do interior pelo menos até a suspeita ser investigada.

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