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Capital

Defesa nega agiotagem, mas confirma empréstimo à funcionária de salão

Segundo a advogada de Arlei Ferreira dos Santos, dinheiro foi emprestado a pedido da dona do local

Ana Paula Chuva | 27/07/2023 16:39
Fachada da Depac Cepol, para onde suspeito foi levado e caso registrado (Foto: Alex Machado)
Fachada da Depac Cepol, para onde suspeito foi levado e caso registrado (Foto: Alex Machado)

Atuando na defesa de Arlei Ferreira dos Santos, preso por suspeita de agiotagem, a advogada Fabiana Ferreira Cantero confirmou empréstimo de R$ 20 mil a funcionária de um salão de beleza, no Bairro São Conrado, em Campo Grande, mas negou que a cobrança estivesse sendo feita com juros.

Ao Campo Grande News, Fabiana afirmou que o cliente conhece a dona do salão onde a suposta vítima trabalha e foi ela quem pediu ajuda para a trabalhadora que estava com problemas financeiros e teria, inclusive, tentado suicídio por conta das dívidas.

“Ele realmente emprestou o dinheiro para ela, mas não era R$ 7 mil e sim R$ 20 mil para que ela pagasse em parcelas. No entanto, conforme ia receber as parcelas, ela se esquivava e dizia que não tinha o dinheiro. Mas ele parcelou isso sem juros, então não foi agiotagem e nem extorsão”, afirmou a advogada.

Ainda conforme a defensora, Arlei está fazendo tratamento contra hanseníase e, por essa razão, estaria precisando do dinheiro de volta. Mas ele jamais praticou qualquer extorsão ou ameaçou a vítima com arma. Além disso, ela nega que o cliente tenha tentado qualquer relacionamento com a suposta vítima.

“Temos os comprovantes. A arma estava sim dentro do veículo, mas ele não apontou para ninguém. Ele só atendeu o pedido da dona do salão porque realmente a funcionária estava muito endividada e só não se matou porque ela interveio. Inclusive, só conheceu ela por isso”, disse Fabiana.

À reportagem ela também nega que Arlei tenha resistido ou ameaçado os policiais. “Quando uma pessoa resiste, fica machucada, ele não tinha machucado nenhum, caso contrário, teríamos pedido exame de corpo de delito. Esses artigos foram colocados para que não houvesse pagamento de fiança”, finalizou a defensora.

Prisão - Arlei foi preso em flagrante na tarde de quarta-feira (26), após denúncia de que ele estaria apontando arma para a cabeça da jovem de 24 anos, para cobrar dívida de R$ 18 mil. Equipe da PM (Polícia Militar) foi até o local no Bairro São Conrado e deteve o homem.

Conforme o registro policial, Arlei chegou no salão em um carro Volkswagen Jetta. Ele entrou no estabelecimento para cobrar a funcionária. Em seguida, saiu dizendo que esperaria na frente do local, mesmo sendo informado que a polícia seria acionada.

Quando os policiais chegaram, o homem estava dentro do Jetta e, ainda de acordo com o boletim de ocorrência, ele saiu do carro com uma bolsa preta. Ele teria tentado fugir, mas foi impedido pelos militares que acionaram apoio de outras viaturas.

Após contê-lo, a polícia abriu a bolsa e encontrou R$ 1,9 mil em dinheiro, além de uma arma de fogo de numeração raspada e carregada com seis munições intactas. Também foram encontradas mais três munições dentro do Jetta. Durante a prisão, Arlei teria então alegado conhecer muita gente e que teria dinheiro para pagar a fiança.

Dívida - A vítima contou que pegou R$ 7 mil emprestado de Arlei para arcar com danos causados em um acidente de trânsito há cerca de 20 dias. A indicação se deu por uma cliente do salão de beleza. Mas, após o pagamento de parte da dívida por meio de parcelas diárias e semanais, a vítima informou que não possuía no momento o restante da quantia.

Arlei atualizou os valores da dívida, impondo o pagamento de R$ 18 mil em 12 parcelas de R$ 1,5 mil. A mulher disse a ele que não seria possível honrar, dando início às extorsões com arma de fogo. Segundo boletim de ocorrência, ele foi ao salão e a ameaçou várias vezes. Também tentou relacionamento íntimo aproveitando da situação em que a vítima se encontrava.

Depoimento - Em depoimento, Arlei afirmou que tem uma empresa no ramo agropecuário e que teria parado em frente ao salão de beleza para atender uma ligação da esposa. O suposto agiota alega ainda que permaneceu dez minutos no local e que não conhece a vítima, assim como desconhece os comprovantes de depósito apresentados por ela.

O homem ainda contou que comprou a arma a pouco tempo e pagou R$ 1,5 mil pelo objeto que fica dentro de seu carro há cinco meses. Arlei também negou ter resistido às ordens ou ter empurrado um dos policiais. Não há registro de antecedentes penais em nome do acusado.

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