Defesa pede liberdade de avó suspeita de agredir menino durante ritual
Advogado alega que novo depoimento de criança pode ajudar a inocentar cliente
Durante a primeira audiência do caso da criança de 4 anos torturada por familiares durante rituais de magia negra, o advogado da avó da criança, que também é ré no caso como participante das agressões, pediu a revogação da prisão de sua cliente, reafirmando nenhuma participação dela no caso. Durante a audiência, sete testemunhas de acusações prestaram depoimento.
De acordo com o advogado Marcos Ivan, o caso tomou rumos temerosos quando houve a denúncia contra a avó, sem nenhuma prova. “Falaram que ela vinha de Aquidauana, onde morava, para praticar esses rituais. Mas fomos até a rodoviária da cidade e coletamos informações de embarque e imagens de câmeras que comprovam que isso não acontecia, principalmente nas datas citadas das agressões”, disse ao Campo Grande News.
Hoje, a avó está presa no Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”. “Não existe caracterização da denuncia que configure tortura. É temerário falar em tortura e muito mais afirmar que a avó participava. Uma senhora de 60 anos presa, sem apresentar risco algum às investigações. Por isso pedi a revogação da prisão ou uma prisão domiciliar”, disse.
A próxima audiência ainda não está marcada, mas deve ser somente para ouvir novas testemunhas da acusação. Somente após isso que a defesa trará suas testemunhas, o que o advogado prevê ter uma chance de provar a inocência da cliente.
“Vou requerer o depoimento da criança de 4 anos e mais as duas crianças filhas do casal suspeito das agressões que também moravam na casa. Porque os primeiros depoimentos coletados pela polícia foram no calor do momento e muita coisa pode ser esclarecida com isso”, completou.
Caso - Os tios do menino, a avó e um primo de 18 anos foram presos suspeitos de torturar a criança durante rituais de magia negra. A criança foi adotada pelo casal em maio do ano passado. O caso veio à tona em 23 de fevereiro deste ano, após o Conselho Tutelar constatar queimaduras e marcas de espancamento pelo corpo do menino. Os tios e o primo confessaram a violência e disseram que agiam sob influência de uma entidade. Caso sejam condenados, os suspeitos podem pegar de 5 a 13 anos de prisão. Eles serão indiciados pelos crimes de tortura duplamente qualificada, associação criminosa e corrupção de menores.