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Capital

Defesa reforça que vítima de tiros de PRF não deveria dirigir embriagado

“Até quando vamos conviver com isso?", questionou o advogado durante o julgamento, nesta tarde

Geisy Garnes e Liniker Ribeiro | 30/05/2019 14:58
Defesa exibiu vídeo da vítima em um bar durante julgamento (Foto: Liniker Ribeiro)
Defesa exibiu vídeo da vítima em um bar durante julgamento (Foto: Liniker Ribeiro)

Diante dos jurados, o advogado Renê Siufi, que atua na defesa do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, de 49 anos, reforçou o consumo de bebida alcoólica das três vítimas da discussão que terminou com a morte do empresário Adriano Correia do Nascimento, de 33 anos.O policial é julgado no Tribunal do Júri nesta quinta-feira (30).

Mostrando um vídeo gravado pela própria vítima em um bar, horas antes do crime, ele questionou o depoimento do adolescente Vinícius Cauã Ortiz Simõe, na época com 17 anos, que negou a embriaguez. “Bebem desde às 20h30 até às 4h30 e não ficam embriagados?”.

A defesa ainda usou a ligação feita por Moon ao 190 para ressaltar que a abordagem no dia 31 de dezembro de 2016 foi uma ação policial, motivada pelo visível estado de embriaguez de Adriano na direção da caminhonete. “Manda uma viatura tem motorista com sinais de embriaguez. O cara fez uma barbeiragem e está batendo boca comigo... eu sou PRF”, disse o policial no trecho da ligação reproduzida nesta tarde, durante o julgamento.

Advogado Renê Siufi, que atua na defesa do policial (Foto: Marina Pacheco)
Advogado Renê Siufi, que atua na defesa do policial (Foto: Marina Pacheco)

Mostrando matérias de acidentes com morte causados por motoristas bêbados, afirmou que Adriano não deveria estar dirigindo aquele dia. “Até quando vamos conviver com isso? Temos o dever de nos rebelarmos contra isso, dizer chega”, alegou o advogado.

Siufi ainda afirmou aos jurados que Moon se referia ao empresário como senhor, que o cliente tinha a intenção de impedir os três suspeitos a deixarem o local e que Adriano queria ir embora porque já tinha passagens pela justiça. “Quem bate, chama alguém de senhor?”, questionou a defesa.

A defesa de Moon ainda mostrou o depoimento de uma das testemunhas, que relatou a polícia, na época, ter ouvido o réu se apresentar como policial, falar que estava armado e também a vítima avisar por duas vezes que ia deixar o local. Na versão da mulher, os tiros aconteceram depois que Adriano arrancou com a caminhonete.

Julgamentos - O primeiro julgamento do caso aconteceu pouco mais de dois anos e três meses do crime, no dia 11 de abril, mas foi cancelado depois que um dos sete jurados teve crise de hipertensão.

Nesta manhã, pela segundo vez neste ano, Vinícius Cauã Ortiz Simõe, Agnaldo Espinosa da Silva e o próprio Ricardo Hyn Su Moon, de 49 anos, voltaram a prestar depoimento.

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