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Capital

Com mobilização vetada, colegas usam cartas para pedir absolvição de PRF

No mês passado, o juiz Carlos Alberto Garcete proibiu manifestações na sala de julgamento

Aline dos Santos | 22/05/2019 08:33
Caminhonete derrubou poste após comerciante ser baleado. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Caminhonete derrubou poste após comerciante ser baleado. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

A defesa do policial rodoviário federal Ricardo Moon, que vai a júri popular no dia 30 pela morte de um empresário após briga no trânsito, anexou ao processo, no último dia 16, cartas de apoio de dois sindicatos e uma federação de policiais pedindo a absolvição do réu.

No mês passado, o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete, proibiu manifestações na sala de julgamento. No dia 11 de abril, a sessão do júri chegou a ser aberta, mas foi cancelada no fim da manhã após um jurado passar mal.

Na ocasião, os policiais organizaram café da manhã em frente ao Fórum e vestiam camisetas com frase de apoio ao réu. Amigos da vítima, o empresário Adriano Correia do Nascimento, usaram camiseta que falava de saudade.

As notas de apoio são do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul, Sinpol/MS (Sindicato dos Policiais Civis) e Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais. O ofício do Sinpol é datado de 22 de abril, portanto, antes da decisão que vetou mobilização. Os documentos pedem que a Justiça seja feita com a absolvição do réu.

A defesa também anexou ao processo fotografias do policial em frente a uma caminhonete Hilux, modelo similar a do empresário e uma matéria do Campo Grande News, que cita a prisão de um militar que estava bêbado e atropelou uma criança.

Ricardo Moon será julgado pela morte do empresário Adriano Correia Nascimento (motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima) e tentativas de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva (que sofreu fratura ao pular da caminhonete) e Vinícius Cauã Ortiz Simões (baleado nas pernas).

De acordo com a promotoria, no dia 31 de dezembro de 2016, por volta das 5h40, na avenida Ernesto Geisel, esquina com a Rua 26 de Agosto, em Campo Grande, o acusado matou Adriano e tentou matar as outras duas vítimas. O policial conduzia um veículo Mitsubishi Pajero, enquanto Adriano estava em uma caminhonete Toyota Hilux.

Prévia - No julgamento de 11 de abril, o advogado Renê Siufi, que atua na defesa do policial, centrou o questionamento no consumo de bebida alcoólica das três vítimas, incluindo Vinícius, que na época tinha 16 anos e relatou ingestão de cerveja e vodka, além de perguntar se os amigos sabiam que Adriano consumia droga, agredia funcionária, caluniou pessoa, furtou energia elétrica e tinha medida restritiva.

Já a acusação questionou a todo tempo o posicionamento do policial na hora dos disparos. A perícia aponta que o atirador estava no vértice esquerdo do veículo, portanto, não na frente da caminhonete. Ricardo Moon conta que pulou para a lateral com intuito de salvar sua vida, em legítima defesa. O policial contou que não poderia simplesmente ir embora, sob o risco de incorrer em crime de prevaricação, diante de um condutor embriagado ao volante.

Nota de apoio anexada ao processo em 16 de maio.
Nota de apoio anexada ao processo em 16 de maio.
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