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Capital

Júri “parecia banquete e meu filho assassino”, diz mãe de morto por PRF

Mãe do empresário relembrou do café da manhã montado por policiais no primeiro julgamento, no dia 11 de abril

Kerolyn Araújo e Aline dos Santos | 30/05/2019 09:55
Mãe do empresário diz que julgamento anterior parecia um banquete. (Foto: Marina Pacheco)
Mãe do empresário diz que julgamento anterior parecia um banquete. (Foto: Marina Pacheco)

''O último julgamento parecia um banquete e o meu filho, o assassino'', é o que diz a mãe do empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, morto a tiros no dia 31 de dezembro de 2016 durante uma briga de trânsito. O responsável pela morte, o policial rodoviário federal Ricardo Hyn Su Moon, 49 anos, está sendo julgado nesta quinta-feira (30).

No primeiro julgamento, no dia 11 de abril, cerca de 70 policiais, uniformizados com camisetas azuis com a frase “Estamos com você Moon. #Justiça seja feita”, chegaram cedo ao Fórum e montaram uma mesa de café da manhã. Segundo a mãe de Adriano, Marília Correia, a impressão era de que o filho era o culpado. ''O último julgamento parecia um banquete e o meu filho, o assassino'', disse.

Para a família, o desejo é que o julgamento desta quinta-feira termine com a condenação do policial. ''Esperamos o de sempre, que é a justiça. Não desejo para ninguém o que minha família tem passado. Acabaram com ela", disse Marília.

Com camisetas em vários tons de azul, apoiadores de Moon acompanham julgamento. (Foto: Marina Pacheco)
Com camisetas em vários tons de azul, apoiadores de Moon acompanham julgamento. (Foto: Marina Pacheco)

2º julgamento - O primeiro julgamento do PRF, no dia 11 de abril, foi cancelado depois que um dos jurados passou mal. Na ocasião, foram ouvidos depoimentos de duas vítimas que também estavam na caminhonete no dia do assassinato do réu.

A promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani pediu ao juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete, que não seja autorizada a entrada, no plenário, de agentes rodoviários uniformizados e parentes da vítima com camisetas enaltecendo protestos.

O juiz acatou o pedido do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e manifestações no Fórum foram proibidas. Nesta quinta-feira, de forma mais tímida, apoiadores do policial acompanham o julgamento vestindo camisetas em tons azuis, mas sem nenhuma frase de apoio.

De acordo com o MP, no dia 31 de dezembro de 2016, por volta das 5h40, na Avenida Ernesto Geisel, esquina com a Rua 26 de Agosto, o acusado matou Adriano e tentou matar outras duas vítimas. O policial conduzia um veículo Mitsubishi Pajero, enquanto Adriano estava em uma caminhonete Toyota Hilux.

Ainda conforme a denúncia, ao fazer conversão à direita, a vítima não percebeu a proximidade com o veículo do acusado e quase provocou um acidente de trânsito. Em seguida, o acusado abordou as vítimas, descendo de seu veículo, já com uma arma de fogo, dizendo que era policial e chamou reforço.

As vítimas chegaram a descer do carro e solicitaram que o acusado mostrasse sua identificação visto que, pela vestimenta que trajava, não era possível saber se ele era policial rodoviário federal. Diante da recusa do acusado, eles retornaram ao carro e Adriano ligou a caminhonete iniciando manobra para desviar do veículo do acusado que estava impedindo sua passagem.Quando Adriano iniciou o deslocamento, o policial efetuou disparos na direção dele.

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