Com manifestação proibida, amigos de PRF vestem azul em julgamento
Primeiro julgamento foi realizado no dia 11 de abril, mas foi cancelado após um jurado passar mal
Será julgado nesta quinta-feira (30) na 2ª Vara do Tribunal do Júri, policial rodoviário federal Ricardo Hyn Su Moon, 49 anos, que matou a tiros o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, durante uma briga de trânsito na manhã do dia 31 de dezembro de 2016, em Campo Grande. Após a Justiça proibir manifestações dentro e fora do Fórum, apoiadores do policial usam azul no novo julgamento.
As portas do Fórum foram abertas 15 minutos mais cedo do que o habitual e, diferente do primeiro julgamento, no dia 11 de abril, desta vez a movimentação no local é mais calma, sem mesa de café da manhã e plateia uniformizada. O julgamento será realizado na 2ª Vara do Tribunal do Júri e transmitido em telão em outro auditório.
Segundo o diretor do SINPRF/MS (Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Mato Grosso do Sul), Vanderlei Alves dos Santos, aproximadamente 90 policiais, vestidos com camisetas de tons azuis, vão acompanhar o julgamento. ''Viemos prestar apoio. A categoria tem fé e certeza que o policial agiu no cumprimento do dever. O policial é policial 24 horas por dia'', disse.
Para o advogado Renê Siufi, que defende o policial, a expectativa é de que o PRF seja absolvido. ''A expectativa é boa. As provas conduzem certamente para absolvição, mas vai depender dos jurados", pontuou. Ele também condenou a determinação da Justiça que proibe as manifestações. ''É uma bobagem muito grande", disse.
O advogado e assistente de acusação, Irajá Pereira, avalia que não houve legítima defesa no caso e que o policial agiu após perder a cabeça. ''O policial perdeu a calma e disparou. Foram 11 tiros. Ele matou um e feriu outros dois", defendeu.
Questionado sobre a proibição das manifestações, Irajá defendeu o direito da liberdade dos apoiadores do policial.
Manifestações - No último julgamento, cerca de 70 policiais federais rodoviários, civis, militares e guardas, acompanharam o julgamento com camisetas azuis com a frase “Estamos com você Moon. #Justiça seja feita”.
Cancelamento - No dia 11 de abril, Moon foi levado a júri no período da manhã, com depoimentos de duas vítimas que também estavam na caminhonete no dia do assassinato e do réu. Contudo, um dos sete jurados teve crise de hipertensão e o julgamento foi cancelado.