Delegados descartam ligação entre morto no lixão e Paulo Magalhães
Os responsáveis pela investigação do assassinato do delegado aposentado e professor universitário Paulo Magalhães descartam a ligação entre o crime e um corpo achado no lixão. O estado do homem, encontrado sem partes do corpo e morto com requintes de crueldade, levantou suspeitas de que ele poderia ter participado do homicídio.
“As investigações não apontam nenhuma vinculação entre os crimes, o que há é uma falta de responsabilidade na divulgação de informações como esta”, garantiu o delegado Alberto Vieira Rossi, responsável pelo Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).
Encontrado no dia 20 deste mês próximo ao lixão de Campo Grande, o homem, ainda não identificado, estava sem braços, pernas e sem a cabeça. Para a Polícia, está claro que o crime foi cometido para passar algum “recado”, mas os delegados negam qualquer ligação com o assassinato de Paulo Magalhães.
“Só sabemos que tem um corpo, não tem nenhuma informação sobre a ligação deste corpo com o assassinato do Magalhães”, afirmou Edilson dos Santos Silva, delegado responsável pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios.
Responsável pela investigação sobre o corpo encontrado, Cláudio Martins, delegado da 5ª Delegacia de Polícia, também afirmou desconhecer qualquer ligação entre os crimes. “Até agora não há indícios sobre essa ligação”, afirmou.
Identificação – O homem ainda não foi identificado, mas a Polícia já sabe que seria um homem entre 18 e 25 anos, entre 1,70m e 1,80m, e forte.
Paulo Magalhães foi assassinado enquanto buscava a filha na escola, no bairro Jardim dos Estados. Ele foi atingido por cinco dos seis tiros de uma arma de calibre nove milímetros, de uso restrito do Exército.
O assassinato vem causando polêmica e até levou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) a pedir ao Ministério da Justiça a investigação pela Polícia Federal. A entidade teme que o crime fique impune, como ocorreu com os assassinatos de Edgar Pereira e Eduardo Carvalho.
Os dois homicídios seguiram o mesmo trâmite de Magalhães, foram colocados sob segredo de Justiça e até hoje não houve a punição dos envolvidos na execução.