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Capital

Dengue muda rotina e impõe horas de espera a vítimas da doença

Viviane Oliveira | 30/01/2013 18:17
Pai e filho aguardando atendimento no UPA do bairro Coronel Antonino. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Pai e filho aguardando atendimento no UPA do bairro Coronel Antonino. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Diagnosticados com dengue há 7 dias, a rotina do comerciante José Nilton de Souza, 44 anos, e do filho Andrews Bizarria, 15 anos, mudou. Para acompanhar a evolução da doença eles precisam ir todos os dias ao posto de saúde fazer exame de sangue e aguardar por pelo menos 4h para ser atendido por um médico.

José Nilton e o filho moram no bairro Estrela do Sul e monitoram a doença no UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário) no bairro Coronel Antonino, onde centenas de pessoas passam pela mesma situação diariamente.

“Quando a gente chega na recepção, a funcionária já avisa que o atendimento vai demorar. Não adianta ficar bravo e estressar, o jeito é esperar”, disse José.

Desde a última quinta-feira (24) o comerciante não consegue trabalhar e o comércio está sob a responsabilidade de um funcionário. “No começo não conseguia sair de casa. Além de alterar o organismo, esta doença muda totalmente a rotina de uma família, reclama.

Pai e filho entram juntos na sala do médico e, a consulta, de acordo com eles, dura menos de cinco minutos. “Graças a Deus que minha esposa e o outro filho não pegaram a doença. No primeiro dia tive que vir arrastado pela minha mulher, não conseguia mexer um dedo de tanta dor no corpo”, destaca.

Só este ano, Campo Grande já registra 15.515 notificações de dengue, conforme dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde. A Secretaria de Estado de Saúde investiga sete mortes suspeitas de dengue em Mato Grosso do Sul, cinco delas na Capital.

Perto dali, na mesma região, no bairro Monte Castelo, moradores reclamam de um terreno baldio, na rua Santa Maria, que tem de tudo, desde computador a pára-choque de veículos.

No local não tem um que não teme contrair a doença. “Pouco mais de 1 mês três pessoas pegaram dengue na rua, entre eles um idoso de 72 anos”, afirma a supervisora de serviços gerais, Maria Rubia Ovando Inácio, 34 anos.

Inconformada com a situação, a autônoma Joyce Mayra Agueiro, 31 anos, disse que os moradores já fizeram de tudo para que o local passasse por uma limpeza. “A gente ouve falar muito de terreno baldio, mas este não é porque tem dono e a pessoa já foi informada”.

Com medo de ser a próxima vítima do mosquito Aedes aegypti, a cabeleireira Maria Rubia Ovando Inácio, 54 anos, faz constantemente o uso de repelente. “Eu uso dia e noite”, finaliza.

Para não ficar só no papel, Maria disse que vai reunir um grupo de mulheres da terceira idade para fazer a limpeza nos terrenos que estão abandonados. “Cada uma vai pegar um saco e sair catando lixo, finaliza.

Moradores reclamam de terreno abandonado no Monte Castelo.
Moradores reclamam de terreno abandonado no Monte Castelo.
No terreno tem de tudo. Desde colchão velho até computador.
No terreno tem de tudo. Desde colchão velho até computador.
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