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Capital

Denúncia de falta de médicos no CTI abre nova polêmica sobre Santa Casa

Aline dos Santos e Ítalo Milhomem | 31/05/2011 10:49

Com clima tenso e trocas de acusações, reunião acontece nesta manhã

Reunião acontece no Ministério Público do Trabalho. (Foto: João Garrigó)
Reunião acontece no Ministério Público do Trabalho. (Foto: João Garrigó)

Com clima tenso e trocas de acusações, a reunião sobre a Santa Casa, que acontece nesta manhã em Campo Grande, além de estar longe de um acordo levantou mais uma polêmica: a falta de médicos intensivistas.

A reunião de hoje, realizada no MPT (Ministério Público do Trabalho), é desdobramento de um primeiro encontro entre diretoria do hospital e representantes das secretarias municipal e estadual de Saúde, realizado na última quinta-feira.

O objetivo era sacramentar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), com compromissos para melhorar o atendimento no hospital.

Chefe do CTI (Centro de Terapia Intensiva), Wilson Ferreira Júnior reclama que a falta de intensivistas impede o fechamento dos plantões. Ele denuncia que o déficit no quadro de profissionais leva os trabalhadores a uma escala de 72 horas semanal, no limite da capacidade humana.

Conforme Wilson, os profissionais priorizam hospitais em que tenham direitos trabalhistas assegurados, como pagamento de férias e FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Recentemente, cinco profissionais trocaram a Santa Casa pelo HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossiam. Na Santa casa, a maioria é contratada ou prestador de serviço. Já no HR os profissionais são concursados.

Na última semana, a Santa Casa abriu processo para contratar 10 intensivistas, mas somente cinco se interessaram. Conforme o chefe do CTI, os novos contratados não têm formação específica, mas autorização para trabalhar no setor.

Presidente da Junta Interventora da Santa Casa, Jorge Martins confirma que a maioria dos médicos é contratada ou prestadora de serviço. Segundo ele, na próxima segunda-feira será aberto um novo processo seletivo para médicos.

Martins afirma que o hospital já contratou 32 técnicos em enfermagem, oito enfermeiros e oito fisioterapeutas para atuar nos CTIs 3 e 6. Em meio ao crônico problema de falta de leito, o CTI 3 encontra-se desativado devido a uma reforma.

Secretário municipal de Saúde, Leandro Mazina salienta que os médicos intensivistas receberam incentivo financeiro. “Neste ano teve reajuste nos salários O valor pago passou de R$ 80 para R$ 100 a hora”.

O diretor clínico da Santa Casa, Luiz Alberto Kanamura propôs que Estado e prefeitura se comprometessem a fechar 30% das escala de médicos, enquanto o hospital se responsabiliza por 70%. A proposta foi rejeitada.

Conforme Mazina, a prefeitura não pode colocar intensivistas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para trabalhar no hospital.

Não posso - Logo no início da reunião, o plano de assinar o TAC foi frustrado. Secretário adjunto da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Eugênio Barros, afirmou que não tem autoridade para assinar o documento.

Segundo ele, somente o governador André Puccinelli ou a secretária Beatriz Dobashi, que retorna amanhã de férias na Europa, pode assinar o termo.

Barros também afirma que não se comprometeu a entregar os monitores para os respiradores mecânicos. Na semana passada, o Siems denunciou que o ambú, respirador manual, que deveria ser utilizado de forma emergencial era usado por horas.

O MPT foi ao hospital e encontrou respiradores sem uso. Para resolver o problema, a SES remanejou dez respiradores que estavam em Nova Andradina, mas apena metade dos equipamento tem monitores, cedidos pelo HR.

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