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Capital

Dona de clínica onde fonoaudiólogo trabalhava “está chocada”, diz advogado

Delegada do caso afirma que clínica idônea e nunca havia recebido reclamação sobre o profissional

Liana Feitosa e Ana Beatriz Rodrigues | 17/03/2022 17:47
Tiago Martins Pitthan, advogado da proprietária da clínica onde trabalhava o acusado, Wilson Nonato Rabelo Sobrinho. (Foto: Paulo Francis)
Tiago Martins Pitthan, advogado da proprietária da clínica onde trabalhava o acusado, Wilson Nonato Rabelo Sobrinho. (Foto: Paulo Francis)

A proprietária da clínica onde trabalhava o fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, de 29 anos, “está chocada” com o caso, relata o advogado dela, Tiago Martins Pitthan. “Ela esteve [hoje, dia 17] na delegacia na qualidade de testemunha para auxiliar a Polícia Civil no processo das investigações. Ela está chocada como todos nós estamos, e ninguém podia prever uma situação dessa”, detalha o advogado.

Wilson usava de sua atividade profissional para praticar crime de abuso sexual contra crianças que atendia. Em coletiva de imprensa, também na tarde desta quinta-feira (17), a delegada Fernanda Mendes, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), reafirmou que a clínica contratou monitoramento eletrônico para reforçar a segurança no local, mandando instalar câmeras em todas as salas de atendimento.

Segurança - "Lá existem mais 20 profissionais de fonoaudiologia. É uma clínica idônea, de referência, nunca havia tido reclamação sobre esse profissional”, explica a delegada. “As pessoas que fazem tratamento lá, que continuem, porque é uma clínica séria”, apela Mendes.

A proprietária decidiu instalar câmeras na clínica porque responsáveis por crianças que faziam tratamento com o abusador relataram que não eram autorizadas a entrar na sala do profissional durante o tratamento. A titular da Depca questionou a empresária sobre isso, que afirmou que essa proibição nunca foi uma prática da empresa.

Acompanhamento - “A proprietária disse que os pais eram autorizados a entrar, mas pode ser que esse profissional usasse de uma desculpa qualquer para impedir a entrada dos pais. Mas, na clínica, todos os representantes legais têm a permissão de entrar e acompanhar todo o atendimento”, detalha a delegada.

Wilson Nonato Rabelo Sobrinho chegando na Depca na manhã desta quinta-feira (17). (Foto: Henrique Kawaminami)
Wilson Nonato Rabelo Sobrinho chegando na Depca na manhã desta quinta-feira (17). (Foto: Henrique Kawaminami)

De acordo com a polícia, até o momento quatro meninos, com idade máxima de 8 anos, confirmaram que sofreram abuso cometido por Wilson.

Caso - Wilson foi preso depois que um de seus pacientes, um menino de 8 anos, relatou à família que o profissional com quem fazia tratamento há cinco meses estava abusando dele.

No dia 8 de março o garoto se abriu com o irmão mais velho, de 10 anos, e perguntou se era normal “o médico passar a mão nas partes íntimas dele”, e o irmão disse que não. Imediatamente contaram para a mãe e então para o pai. Em seguida, a criança caiu em choro.

Na tentativa de ter mais suporte para denúncia, a mãe marcou uma nova sessão para o dia seguinte e orientou o filho para que, se o fonoaudiólogo tivesse a mesma atitude, ele saísse da sala de atendimento, e que ela o estaria esperando.

Após 15 minutos de sessão o menino saiu correndo da sala em busca da mãe e a polícia foi acionada. O profissional foi preso em flagrante, mas negou os abusos.

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