"Cheguei a perder as esperanças", relata dono de açougue após sequestro
João foi vítima de bandidos na noite de ontem e a quadrilha foi presa em flagrante dentro da casa dele, que fica na parte de cima do comércio
Depois de ficar cerca de duas horas sob a mira de bandidos, na tarde de ontem, João Pedreiro, 43 anos, contou ao Campo Grande News que apanhou muito e por alguns momentos chegou a “perder as esperanças”. “Eu achei que fosse morrer, levei muitos chutes, apanhei bastante”, completou. João é dono de um tradicional açougue no bairro Pioneiros, que vende linguiças.
Com o olho bem machucado, ele disse que seu corpo está bastante dolorido por causa dos chutes que levou. “Eu dizia que não tinha dinheiro e quanto mais eu falava que não tinha, mais eles me batiam”.
Os criminosos levaram cerca de R$ 2 mil durante o assalto, e segundo ele, a maior parte do dinheiro estava em sacos de moedas que eram guardados para serem usados como troco no açougue, do qual é proprietário. “Também tinham algumas notas de dinheiro, mas a maioria era moeda”.
Ainda segundo João, não havia dólares na residência, como havia sido divulgado anteriormente.
Ele contou que durante o assalto, os bandidos falavam o todo tempo com uma pessoa pelo celular, que indicavam que o grupo poderia seguir para a casa de João, que fica em cima do açougue. "Tinha alguém lá para cuidar a polícia", suspeita o proprietário.
Momentos de terror - O crime aconteceu na tarde de ontem, quando João chegava à casa de um amigo, no bairro Rita Vieira. A abordagem aconteceu no momento em que ele entrava na residência. No local havia 12 pessoas que foram separadas e presas em quartos distintos.
Cinco homens foram amarrados e colocados em um quarto, enquanto as seis mulheres, e uma criança de 3 anos, foram trancadas em outro cômodo da casa. EM seguida, a quadrilha colocou João no carro e seguiram em diereção à casa dele.
“Eles queriam levar a minha filha, mas, depois de eu implorar para não fazerem isso, eles toparam deixá-la na casa se a gente cooperasse com eles", conta Claudionor de Andrade, 38 anos, amigo de João.
Claudionor contou ainda que assim que os bandidos saíram da residência, ele conseguiu se desamarrar e telefonou para a polícia. “Eu liguei escondido, de baixo da cama, porque eles disseram que iria ficar um deles nos vigiando”, contou.
Em seguida, também ligou para o cunhado, pedindo que ele ligasse para polícia e fosse até a casa de João. José Carlos Ramos de Souza, 42 anos, contou que ficou durante todo tempo orientando os policiais até o endereço do açougue. “Eu cheguei na casa do João antes da polícia. Olhei por debaixo do portão e vi que eles já estavam lá”.
Os bandidos usaram o carro da vítima, um Citröen/C4 Pallas, para chegar até a residência dela. “A sorte é que quando nós chegamos na minha casa, a minha esposa e meus filhos não estavam”, disse João.
Após a chegada da polícia na residência, a esposa de João também chegou. Sem saber o que estava acontecendo, ela foi orientada pelos policiais e abriu o portão para que a equipe invadisse a casa.