Donos de bar alegam que usariam maconha “gourmet” em tratamento de filho autista
Traficante detalhou que consumidores eram avisados quando novo carregamento de entorpecente era recebido
Em depoimento à Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), donos de bar na 14 de Julho alegaram que usariam maconha “gourmet” para produzir óleo de cannabis para tratamento de filho autista. Traficante detalhou que consumidores eram avisados quando novo carregamento de entorpecente era recebido.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Em Campo Grande, donos de uma tabacaria foram presos sob suspeita de tráfico de drogas. Eles alegaram que a maconha apreendida seria usada para produzir óleo medicinal para tratar o filho autista. A polícia encontrou 2 kg de maconha e materiais para fracionamento da droga na casa do casal. O traficante que fornecia a droga revelou que avisava os clientes sobre novas remessas via WhatsApp. A Denar investiga o caso e pediu a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos.
O casal é suspeito de comercializar o entorpecente no Bar Fumaça Fina, Centro da Capital. Conforme o auto de prisão, Mayara Marque Bispo, de 34 anos, contou em depoimento que é usuária de maconha há 20 anos.
Nesta segunda-feira (10), ela e o marido, acompanhados do filho de 10 anos, foram até ao Jardim São Lourenço para adquirir mais uma porção do entorpecente. Segundo relatado, a maconha seria usada para consumo e a produção de óleo medicinal para o tratamento de seu filho autista e também para controle de sua síndrome do pânico e ansiedade.
O registro policial informa que na casa do casal foram encontrados 2 kg de maconha e duas balanças de precisão, além de sacos plásticos, comumente usados para fracionar o entorpecente.
Durante o depoimento, Mayara afirmou que uma nova porção de maconha estava sendo comprada pelo casal, pois a que possuía em sua residência estava mofada. A dona do bar ainda explicou que nestas condições o entorpecente não pode ser consumido e nem utilizado na fabricação do óleo medicinal.
Mayara ainda negou que em seu comércio estavam comercializando o entorpecente. Porém, foi afirmado que o local é destinado para usuários de cannabis, possuindo papel de seda, piteiras, cuia, tesoura e outros artigos de tabacaria.
Rubens Giacomo Jorge Martins Dias, de 32 anos, manteve a mesma versão de sua mulher em seu depoimento. Porém, o homem detalhou que o casal pagou R$ 560 na compra de dois pacotes de “bucha”. Ainda foi afirmado que essa seria a segunda vez que compravam o entorpecendo com Marcelo.
Marcelo Trindade de Arruda e Menezes, de 23 anos, contou que a nova carga, que foi apreendida na segunda-feira, foi recebida no sábado (8). Rubens e Mayara foram informados no dia seguinte, no domingo.
O traficante ainda afirmou que o homem confidenciou, em mensagem, que o casal comercializava o entorpecente. A Denar pediu a quebra de sigilo telefônico dos três presos.
No depoimento, Marcelo contou que está comercializando maconha há pouco mais de um ano. O jovem já foi preso por tráfico de drogas em 2023.
Segundo informado, seus consumidores eram avisados por WhatsApp sempre que uma nova remessa de maconha era recebida. Marcelo ainda explica que seus clientes podiam escolher retirar o entorpecente em seu apartamento ou receber em casa. As entregas eram realizadas por meio de carona e aplicativo de transporte.
"Gourmet" - O delegado Hoffman afirmou que a droga apreendida é chamada de gourmet pelo fato de ser mais forte que a comum. "Tem o THC mais apurado, mais forte em relação aos seus efeitos e também mais cara, chamada de gourmet em relação à clientela que a procura". THC ou Tetrahidrocanabinol é a principal substância psicoativa encontrada na cannabis.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.