Dupla é condenada à prisão por matar rapaz e enterrar corpo em cova rasa
Sentença final, com a dosimetria da pena, será divulgada na próxima sexta-feira (8)
Os réus Andres Adonis Fajardo Llovera, de 30 anos, e Talles Silva dos Santos, 20 de idade, foram condenados nesta quarta-feira (6) pelo homicídio qualificado e ocultação de cadáver de Wagner Vicente Pereira da Silva, crime ocorrido em novembro de 2023. A decisão foi tomada pelo Tribunal do Júri de Campo Grande, durante julgamento realizado no Fórum da Capital de Mato Grosso do Sul.
Segundo a acusação, Wagner foi morto por enforcamento com fios de um aparelho televisor, sendo o corpo posteriormente enterrado em uma cova rasa aos fundos de uma quitinete, localizada no Bairro Amambaí, em Campo Grande. O cadáver foi encontrado em 20 de novembro do ano passado, o que levou à prisão dos acusados, que enfrentaram julgamento por homicídio qualificado com as qualificadoras de motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver.
Durante o julgamento, os réus foram ouvidos pelos jurados e interrogados pelo juiz. As defesas dos réus tentaram modificar as qualificadoras e atenuar as penas, alegando diferentes razões para as suas ações. No entanto, a acusação sustentou a versão de que o crime foi cometido de forma brutal e sem justificativas plausíveis.
A sentença final, com a dosimetria da pena, será divulgada na próxima sexta-feira (8). O juiz responsável pelo Tribunal, Aluizio Pereira dos Santos, justificou que o julgamento perdurou até o início da noite.
"Dado o horário avançado, dezenove horas, o recolhimento dos presos ao Presídio e cansado de todos os Operadores do Direito, pelo Juiz foi dito que fará a dosimetria da pena e intimará os acusados e as partes pessoalmente e publicará a sentença aos jurados na sexta-feira (8)".
O caso - Wagner foi assassinado e enterrado na área de serviço de uma residência situada na Rua dos Barbosas, Bairro Amambaí, em Campo Grande. Ele foi morto pelo companheiro, que utilizou um cabo de televisão para enforcá-lo. Informações iniciais apontam uma suposta traição como motivação do crime.
O caso foi investigado pela DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e quatro pessoas foram presas. Além de Andres e Talles, Everson dos Santos Alencar, 35 anos, e Maria Narazé Carneiro da Silva, 50. Wagner, segundo o depoimento dos suspeitos à polícia, era usuário de pasta base e vivia na rua, sendo sustentado por Everson. Nos últimos dias, ele passou a ser visto andando em carros diferentes e com roupas novas, o que levantou ciúmes no companheiro.
Na data do crime, domingo (19), Everson, Talles e Andres estavam ingerindo bebidas alcoólicas quando uma mensagem no WhatsApp deu início ao plano de assassinato. O texto no celular de Everson, mas destinado a Wagner, marcava um encontro amoroso. O trio, então, cavou uma cova rasa perto do tanque que fica em um corredor estreito, onde funciona uma pequena área de serviço. Na sequência, saiu e encontrou Wagner usando drogas perto do Horto Florestal.
Everson convenceu o companheiro a ir até a casa, onde o confrontou. Entre os questionamentos, Alencar citou um furto ocorrido no imóvel e também perguntou se Wagner estava assediando Andres. A vítima confessou e, então, houve desentendimento. Na sequência, os três esganaram a vítima com um fio elétrico. Com a cova pronta, a vítima foi colocada em posição fetal, com as mãos e pés amarrados por uma corda de varal.
Maria Nazaré é vizinha da casa, que trabalha em uma funerária e mantinha contato com Everson. Ela é apontada como a pessoa que orientou como esconder o corpo após o assassinato. Segundo apurado, a mulher pediu que os três comprassem cal para ocultar o cheiro. Na casa, a polícia apreendeu perto da cova: 8 kg de cal, 20 kg de areia, 20 kg de pedra e 20 kg de cimento.
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