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Capital

Duplicação minimiza violência e pode tirar título de Rodovia da Morte da 163

Bruno Chaves | 23/03/2014 08:28
661 pessoas perderam a vida na BR-163 de 2007 para cá (Foto: Cleber Gellio)
661 pessoas perderam a vida na BR-163 de 2007 para cá (Foto: Cleber Gellio)

Nos últimos sete anos, 661 pessoas perderam a vida na extensão da BR-163 em Mato Grosso do Sul. Os dados são da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que fiscaliza os 847,2 quilômetros de rodovia que cortam o Estado, de Mundo Novo a Sonora. Por esse índice, e pela quantidade de colisões, a estrada federal, que serve de escoamento de produção, recebeu o título de “Rodovia da Morte”.

A Concessionária CCR, que ganhou o direito de administrar a rodovia pelos próximos 30 anos, anunciou um objetivo audacioso ao dar detalhes sobre os investimentos na BR-163: diminuir em 45% o número de acidentes fatais e mudar o conceito sul-mato-grossense sobre a Rodovia da Morte. Para isso, a concessionária atuará com engenharia, campanhas educacionais e instalação de radares em pontos críticos.

Conforme explicação do chefe de substituto da Seção de Policiamento e Fiscalização da PRF, Davidson Pereira de Souza, as principais causas de acidentes na BR-163 são o excesso de velocidade, as ultrapassagens indevidas e os locais com sinalização deficiente.

Para ele, “a duplicação minimizaria a violência dos acidentes, causada principalmente pelas colisões frontais de veículos em sentido oposto”. Com isso, a expectativa é de que a diminuição dos acidentes aconteça após o início das obras de duplicação, que devem começar em maio deste ano. Serão oito trechos iniciais duplicados, um total de 80,6 quilômetros que devem ficar prontos até 2015.

“Reduzindo os acidentes tipificados como colisões frontais, melhorando a sinalização, aumentando o número de radares fixos e móveis, o número de faixas de rolamento, através da duplicação, agilizando o socorro aos veículos imobilizados por problemas mecânicos, que também causam acidentes, e outros benefícios trazidos pela privatização, acreditamos em uma redução considerável no número de mortos em acidentes de trânsito”, pontuou o inspetor.

Números – A BR-163 possui 3.467 quilômetros de extensão, sendo quase 1000 km não asfaltados. A rodovia liga os estados Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará.

Nos quase 850 quilômetros da rodovia federal em Mato Grosso do Sul, 661 morreram em acidentes de 2007 para cá. No primeiro ano contabilizado pela PRF, 84 pessoas perderam a vida nas estradas.

O ano seguinte, 2008, foi o mais violento de todos os tempos: 106 mortes. De 2012 para 2013, a quantidade de vítimas fatais na BR-163 aumentou 14,8%: um salto de 74 para 85 óbitos. Neste ano, até o momento, foram 19 vidas perdidas na Rodovia da Morte.

Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul – Para o deputado federal Fábio Trad (PMDB/MS), a duplicação da BR-163, defendida por ele desde o tempo em que era presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul), além de diminuir os acidentes, irá cooperar com o crescimento e desenvolvimento do Estado.

“Com a duplicação, atrairemos mais investidores para o Estado. É uma questão econômica. Se não fossem as commodities do Brasil, nosso índice de crescimento seria menor do que está. É uma questão de estratégia, investir para dar vazão à produção e tornar o Estado mais competitivo”, ponderou.

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