Durante quarentena, grupo de WhatsApp “blinda” ruas no Giocondo Orsi
Até serviços de entrega passaram a ser monitorados por moradores de pelo menos seis ruas do bairro
Mesmo com mais gente em casa, durante o período de quarentena, reforçar os cuidados com a segurança nunca é demais. Por isso, moradores do Bairro Giocondo Orsi, região norte de Campo Grande, estão utilizando a tecnologia como ferramenta para facilitar a comunicação e alertar quem vive na região quanto a situações suspeitas. Até mesmo entregas de serviços por Delivery passaram a ser monitoradas pela vizinhança.
Conforme a advogada Sheila Sampaio, de 42 anos, tudo começou após uma vizinha ter a iniciativa de criar um grupo de WhatsApp. “Com a quarentena, as pessoas estão mais reclusas, não temos se visto [vizinhos], nem se falado. Com o grupo, se alguém ver uma situação diferente já avisa”, revela.
E, com o período de recomendação para que as pessoas saiam o menos possível de casa, o serviço de entregas de alimentos e produtos aumentou, na opinião, conforme a moradora. Por conta disso, dicas de segurança são compartilhadas entre os moradores.
“Com a quarentena, a gente começou a perceber que furtos e assaltos ganharam novas modalidades, além disso, começaram a ficar mais frequentes. Recebemos essa questão dos motoboys e agora estamos atentos a qualquer movimento estranho e qualquer situação de emergência”, afirma.
Segundo ela, por noite, cerca de 10 motociclistas passam em frente a sua casa. Como não é possível ter certeza de que todos são motoentregadores, os avisos por meio do grupo deixam todos em alerta.
Com cerca de 15 dias de criação, o grupo hoje conta com aproximadamente 45 pessoas. A reunião dos moradores só foi possível graças a ideia da dentista Luana Foizer Pedro, de 24 anos.
“Tem muita gente que fica sozinha em casa, ou até já aconteceu de vizinho sair, deixar portão aberto e não ver. É bom para deixar o bairro seguro e diminuir as chances de alguém entrar em casa”, relata quando questionada sobre os motivos de começar o grupo.
Com isso em mente, a jovem decidiu contactar os vizinhos de um jeito diferente. “Imprimi papéis para entregar para as pessoas na rua, quem não atendeu eu deixei na caixa do correio”, explica.
A ideia deu tão certo, que além de moradores da Rua Giocondo, o grupo agora conta com a participação de pessoas de outras 5 ruas, pelo menos. Sheila agradece. “Me sinto muito mais segura com esse sistema. Se acontecer algo comigo, ou com a minha casa, tenho a quem recorrer”, conclui a advogada.