Em 10 minutos, fogo consome casa construída com salário de manicure
No local, moravam mãe e duas filhas de 7 e 16 anos
Enquanto fazia as unhas da vizinha, em uma conveniência, Gislaine Leal de Souza perdia a casa onde morava com as duas filhas, no Bairro Vila Nasser, em Campo Grande. Um incêndio tomou conta da residência na tarde deste sábado (27) e a destruiu inteira, em questão de 10 minutos.
Felizmente, não havia ninguém na casa na hora do ocorrido. A filha de 16 anos havia saído, enquanto a de 7 anos estava com a mãe. "A menor ia ficar em casa vendo vídeo no celular enquanto eu trabalhava mas, por sorte, levei comigo", conta Gislaine.
As três moravam na casa de alvenaria, localizada na Rua Santo Anastácio, 1.028. Era simples: tinha quatro cômodos e banheiro, e não era murada, mas abrigava mãe e filhas e estava mobiliada com sofá, camas, fogão, geladeira, televisão e máquina de lavar.
A estrutura ficou totalmente comprometida e não era mais possível recuperá-la, disseram os bombeiros após combaterem as chamas. Por isso, a mulher tomou a decisão de mandar patrolar o que sobrou.
"Tem muita criança por aqui e nos avisaram que a estrutura ia esfriar e cair. Preferi pedir pro vizinho usar a patrola dele para demolir o restante e evitar acidentes", contou a mãe.
Construída com serviços de manicure - Gislaine contou ao Campo Grande News que nem chegou a terminar de fazer as unhas da dona da conveniência. Ela foi alertada por outro vizinho que havia fumaça saindo de dentro da casa dela, quando começava a atender a cliente. Pessoas tentaram usar mangueira para ajudar a apagar as chamas, mas não foi possível evitar a destruição.
A manicure também falou que precisou fazer muito pé e mão para pagar a construção da casa própria. "Ergui com o salário de manicure, tijolinho por tijolinho", relata.
Proprietária agora só do terreno, ela promete refazer o lar. "Vou reconstruir", diz, em meio ao desespero. Por enquanto, vai ficar com as filhas na casa da irmã, que vive num puxadinho.
A suspeita do Corpo de Bombeiros é que o incêndio tenha começado no quarto da casa de Gislaine e das filhas. A mãe garante que não deixou nada conectado à tomada, por isso, acredita que houve um curto-circuito.
R$ 5, sofá, RG e sacola - As roupas do corpo das moradoras e a que estavam em uma sacola, um sofá, o RG da filha mais velha e os R$ 5 que Gislaine recebeu de uma cliente que ficou devendo, é tudo o que sobrou da família.
"Se eu te falar que agora tenho dinheiro para reconstruir, eu não tenho. O que tenho são esses R$ 5 no bolso", lamenta a manicure.
A mãe aceita doação de materiais de construção, alimentos, roupas, móveis e utilidades para a nova casa. Ela pede que, quem puder, entre em contato por ligação ou WhatsApp no (67) 99132-8526.
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