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Capital

Em Campo Grande, 15 mil mulheres procuraram delegacia especializada em 2023

Região do Anhanduizinho e Lagoa lideraram a lista de atendimentos no ano

Por Natália Olliver | 08/03/2024 12:10
Mulher exibe hematomas e ferimentos (Foto: Campo Grande News/Arquivo) 
Mulher exibe hematomas e ferimentos (Foto: Campo Grande News/Arquivo)

Em Campo Grande, 15.018 mulheres procuraram a Casa da Mulher Brasileira em 2023. O índice faz parte do Dossiê publicado nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher e é referente tanto a quantidade de novos atendimentos quanto de retornos, ou seja, pessoas que voltaram a procurar ajuda. O documento traz ainda o perfil das vítimas, regiões com maior incidência de procura, idade, cor, etnia e orientação sexual.

Conforme o dossiê, a Região do Anhanduizinho e Lagoa lideraram a lista de atendimentos no ano. Ao todo, são 1.252 (24%) acompanhamentos na primeira e 785 (15,6%) na segunda. Na lista também aparecem a região do Bandeira, com 773 pessoas que procuraram o local. No Imbirussu o número diminui um pouco para 726. No final do ranking está a região central, com 256.

O alto índice no Imbirussu pode ser acarretado pela proximidade com a Casa, portanto a facilidade que as mulheres têm em chegar ao local. Já nas regiões Anhanduizinho e Centro, a alta incidência pode estar relacionada à densidade populacional.

Os dados são extraídos do Sistema Iris, ferramenta que de registro de informações das mulheres atendidas na Casa da Mulher Brasileira. Conforme o Censo Demográfico realizado em 2022, a Capital possui 898.100 habitantes, 467.231 deles são mulheres.

Outros fatores - Quanto à raça, cor e etnia, 63,4% das mulheres atendidas se autodeclaram pardas, seguidas das que se autodeclararam brancas, 25,7%. O número de mulheres negras atendidas foi de 4,8%. Ao todo, foram 3.183 pardas, 1.290 brancas, 242 pretas e 28 indígenas. A maioria das mulheres indígenas que procuraram atendimento são da etnia Terena, 35,71% (11). Na etnia Kadiwéu foram 2 atendidas em 2023. Na Guarani Kaiowa, 1. O relatório mostra que 15 delas não declararam a etnia.

Com relação à faixa etária das mulheres cadastradas em 2023, o maior grupo é representado pelas de 21 e 30 anos,  com índice de 30,1%, seguido das que possuem entre 31 e 40 anos, 24,6%.  O Sistema catalogou 1.513 atendimento na faixa etárias de 21 a 30, 1.235 na de 31 a 40 e 979 na de 40 a 51. Adolescentes menores de 18 anos correspondem a 146 dos atendimentos. Quem está por último na lista é a faixa etária de 80+, com 34.

No momento do cadastro, a condição de deficiência foi relatada por 129 mulheres, 1,4%. Dessas, 38 relataram possuir deficiência Física, 36 relataram ter deficiência mental. O local atendeu 28 mulheres com deficiência auditiva e 16 com visuais. Apenas 10 delas não especificaram qual deficiência possuem.

Orientação sexual - O dossiê também aborda a orientação sexual das mulheres atendidas. A maioria 72,9% são heterossexuais e 1,2% bissexuais. Parte delas não declararam a orientação, 25,5%. Em 2023 foram atendidas 233 mulheres que declararam que estavam gestantes no momento do atendimento. O índice corresponde a 2,6% do total de mulheres atendidas.

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