Em clima de saudade, passeio volta com ciclistas assíduos há mais de 20 anos
Essa foi a 32ª edição do tradicional passeio ciclístico pelo Dia do Trabalhador
O 32º passeio ciclístico em comemoração ao Dia do Trabalhador reuniu neste domingo (1º) participantes frequentes e despertou a emoção de ciclistas na primeira edição do evento após a pandemia, que ficou suspenso por dois anos. Essa também é a retomada do passeio após a morte do criador da iniciativa, o empresário Clemêncio Frutuoso Ribeiro, dono da Ciclo Ribeiro. Ele morreu em julho do ano passado por complicações da covid-19.
Para vários participantes, estar na edição de 2022 é uma maneira de homenagear Ribeiro, que também foi presidente da Associação dos Ciclistas Amadores de Mato Grosso do Sul. É o que pensa Eládio Fernandes, de 45 anos. Ele participa do passeio há pelo menos 20 anos e conta que tem essa paixão por conta do pai dele, que teve uma bicicletaria por cerca de 40 anos.
O pai de Eládio faleceu há 2 anos, mas ele continuou a tradição sendo mecânico de bikes e lembra, com saudosismos, dos que partiram. “Esse é o primeiro ano sem o Ribeiro. No início da concentração bateu emoção, uma saudade. Essa é uma forma de homenagear ele, dando continuidade à tradição”, compartilha ao Campo Grande News.
Eládio garante que usa sua bicicleta para tudo, e que gosta muito. Além disso, considera o uso também uma questão de economia, já que o preço da gasolina está muito alto, “fora que com a bicicleta a gente faz muita amizade”, completa.
Os ciclistas começaram a se concentrar às 7h, na sede da Ciclo Ribeiro, na Avenida das Bandeiras. Lá, 5 bicicletas foram sorteadas. Na sequência, pedalaram pela Afonso Pena e terminaram o trajeto na Rua Ivan Fernandes Pereira, rua lateral do Parque das Nações Indígenas, onde mais 25 bikes foram sorteadas.
Há 24 anos - Neste ano, Cátia Regina de Oliveira, a moradora do bairro Nova Lima de 58 anos, não pôde participar do sorteio porque se tornou funcionária da Ciclo Ribeiro. Mas, como pedala nos passeios desde os 34 anos de idade, em 1998, já conseguiu faturar o prêmio 4 vezes ao longo do tempo. “Distribuí as bicicletas entre a família”, conta.
Hoje, levou as netas para participar, como Yasmin Fagundes, 16 anos, que acompanha os passeios desde os 3 meses de vida. Ela ia dentro do carro dos pais, seguindo as bicicletas, e aos 10 anos passou a participar pedalando. “Eu não perco uma, eu gosto muito, é muito divertido e virou tradição de família”, afirma a adolescente.
Cátia conheceu Ribeiro somente após algumas edições da celebração. “Com o passar dos anos me tornei amiga dele e hoje trabalho na empresa”, completa. Ela considera o dia triste devido à ausência do amigo, mas mandou fazer uma bandeira com o rosto do empresário como forma de homenageá-lo.
Outros participantes que há anos não perdem o evento é a família da Débora de Oliveira, de 45 anos. Ela estava acompanhada do marido, Alexandre de Souza, de 47, com quem pedala no passeio há 7 anos. Hoje eles estavam com o filho, Miguel, de 4 anos, que foi na cadeirinha instalada na bike do pai.
“Trouxe água, bolacha, boné e caneta para participar do sorteio. Participar se tornou um hábito”, detalha a mãe. De acordo com Débora, eles sempre andam de bicicleta e ir até a Afonso Pena é tranquilo, “o problema às vezes é voltar, por conta do calor”, pontua. Apesar do sol quente, garante que gostam muito de participar todos os anos.