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Capital

Em crise de abstinência, jovem morre em centro de reabilitação

Aliny Mary Dias e Francisco Júnior | 12/07/2014 08:34
Marcelo conta que o jovem foi retirado das ruas para tratamento em uma chácara (Foto: Marcelo Calazans)
Marcelo conta que o jovem foi retirado das ruas para tratamento em uma chácara (Foto: Marcelo Calazans)

A Polícia Civil investiga a morte de um jovem de 26 anos que estava internado há três dias em uma clínica de reabilitação de dependentes químicos. Segundo responsáveis pelo local, Carlos Alexandre de Souza morreu na madrugada deste sábado (12) durante uma crise de abstinência.

Coordenador do projeto Jaboque, situado em uma chácara na BR-163, saída de Campo Grande para São Paulo, Marcelo Luiz Barreto afirma que o jovem foi recolhido das ruas do centro da cidade na quarta-feira (9).

O jovem era viciado em álcool e drogas. Ele contou aos diretores do centro de reabilitação que chegava a beber 26 corotes de pinga por dia, o que equivale a mais de 10 litros de álcool.

Nos dois primeiros dias na chácara, Carlos sofreu crises de abstinência, mas foi contido por monitores do centro. No entanto, ontem (11) ele amanheceu bastante agitado e precisou ser levado para unidade de saúde. Foi então que monitores do centro levaram o jovem até o Caps (Centro de Apoio Psicossocial) do bairro Aero Rancho.

O jovem permaneceu durante todo o dia na unidade e foi medicado. No fim da tarde, ele foi liberado pela equipe médica aos monitores do centro de reabilitação. Dois medicamentos foram entregues à equipe para aplicar em Carlos caso ele voltasse a apresentar agitação.

Por volta das 23 horas de ontem, o jovem voltou a ter crise de abstinência, mas foi controlado mais uma vez por monitores do local. A crise mais intensa veio já na madrugada, por volta das 2h30 de hoje. Durante o surto, o jovem correu em direção a um matagal da chácara e, apesar dos chamados de equipes do projeto, disse que não voltaria.

Cerca de 15 minutos depois, os monitores foram até o matagal em busca de Carlos e ele foi encontrado morto. Um enfermeiro do centro de reabilitação foi chamado e constatou o óbito. A Polícia Militar foi chamada e o caso encaminhado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitátio) da Vila Piratininga e registrado como morte a esclarecer.

Coordenador do projeto, Marcelo diz que o Caps agiu errado em liberar Carlos ontem (11). O coordenador conta ainda que a chácara abriga 25 internos e tem capacidade para 40 pessoas. O espaço vive de doações.

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