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Capital

Em lágrimas, miss diz que disparos em manicure não foram "para matar"

Rafael Ribeiro e Marcus Moura | 29/03/2017 12:52
Gabriela Antunes, a Miss Cadeia, durante seu julgamento, no Fórum de Campo Grande (Foto: André Bittar)
Gabriela Antunes, a Miss Cadeia, durante seu julgamento, no Fórum de Campo Grande (Foto: André Bittar)

Gabriela dos Santos Antunes, 21 anos, alegou durante o seu depoimento ao júri que a julga pelo assassinato da manicure Jennifer Nayara Guilhermete de Moraes, 22, nesta quarta-feira (29), que atirou apenas para assustar a vítima e não tinha a intenção de matá-la.

“Dei os primeiros dois tiros para intimidar ela, mas Jennifer debochou, me chamou de corna. Os disparos não foram para acertar, mas ela virou o rosto e acabou pegando nela”, disse, no Fórum de Campo Grande.


O crime aconteceu em 15 de janeiro de 2016. Gabriela, que foi eleita Miss Primavera no presídio feminino de Campo Grande, Emilly Karoliny Leite, 21, também julgada hoje, e uma adolescente, de 16, atraíram Jennifer até a Cachoeira do Céuzinho, na saída para Rochedo, perto da MS-080. Lá a mataram e jogaram o corpo de uma altura de 25 metros.

De acordo com as investigações, o crime foi motivado por ciúmes. Há quatro anos, Jennifer foi namorada de Alisson Patrick Vieira, que era o marido de Gabriela, e na época do crime, havia boatos que os ex-namorados haviam reatado.

No depoimento dado ao júri, Emily e Gabriela negaram que jogaram o corpo da vítima do penhasco. Ambas explicaram que após a balearem, supostamente de maneira não intencional, correram até o carro e a deixaram sozinha com a adolescente.

“A última pessoa a ver Jennifer com vida foi ela (adolescente). O laudo confirmou que ela não morreu por causa dos tiros, mas sim com lesão na coluna cervical por conta da queda, que eu não vi”, disse a acusada.

Estratégia –
A partir dessas alegações, a estratégia da defesa de Gabriela, feita por Estella Bauermeister, foi ressaltar a difícil história de vida da miss aos jurados, na tentativa de convencê-los de que o crime não foi intencional.


Primeiro, Gabriela disse que estava sendo ameaçada pelo então namorado de Jennifer, seu ex, que teria lhe proibido de contar que já tinham um relacionamento amoroso anos antes.


Depois da explanação, a defesa voltou a valorizar a triste história de vida da Miss. A acusada teve amplo tempo para discorrer sobre a infância, quando morou com os pais até os 5 anos em Aquidauana (a 135km de Campo Grande).


Neste momento, Gabriela começou a chorar e sua advogada interveio. “Eu sei que você está muito nervosa, mas preciso que preste atenção”, disse.


Seguindo o relato, a acusada disse que morou em diversas casas de parentes, sofreu violência doméstica junto com a mãe para um padrasto, quando perdeu uma gravidez de 7 meses ao ser atropelada, no Natal de 2010, tudo com os olhos cheios de lágrimas.


O drama irritou familiares de Jennifer, que deixaram o plenário revoltados. 
O julgamento teve uma pausa para o almoço e seria retomado à tarde, quando Emily será ouvida pelos jurados e o veredicto deve ser anunciado.

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