Em madrugada fria, 88 moradores de rua são levados para abrigo
Equipe passa a noite oferecendo acolhimento para quem não tem teto; trabalho é reforçado no frio
Por conta do frio, na madrugada desta segunda-feira (18), a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) retirou 88 pessoas das ruas de Campo Grande e levou até o Cetremi (Centro de Triagem e Apoio ao Migrante).
Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), por volta da meia-noite, fez 5,3ºC na Capital – a mínima de hoje –, mas a sensação térmica era de 4ºC por conta do vento naquele horário.
Frio que mata – As baixas temperaturas castigam quem não tem um teto para se abrigar. Mas, o trabalho da equipe de abordagem social da SAS é reforçado sempre que há uma frente fria, justamente para evitar que moradores de rua não sofram problemas mais sérios ou morram.
O mecânico conhecido como “Robertinho” até estava sob um teto, mas pode ter morrido de frio nesta madrugada. O corpo dele foi encontrado pela manhã dentro de um mercado abandonado, no Jardim Colorado – sul da Capital –, onde vivia há cerca de três meses.
A principal suspeita é que ele tenha sofrido uma hipotermia, mas só o laudo necroscópico vai confirmar a causa da morte.
Roberto não tinha trabalho fixo e bebia com frequência. “Ontem mesmo dei uma calça e um cobertor para ele”, disse Gildete de Oliveira, 37, que mora na esquina próxima e contou que sempre ajudava o mecânico. Foi ela quem encontrou o corpo nesta manhã, por volta de 7h, e ligou para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
A Polícia Civil também esteve no local para registrar a ocorrência e investiga o caso.
Abrigos – O Cetremi oferece pouso para migrantes, mas também para moradores de rua, além de alimentação e espaço para a higiene pessoal. No período do inverno, 100 pessoas chegam a passar as noites no local, segundo a SAS.
O Centro POP funciona de forma parecida, mas os usuários não podem pernoitar no local.
Além disso, a equipe do Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social), sempre que encontra pessoas dormindo nas ruas, oferece roupas e cobertores para os que recusam o acolhimento. “As ações vão continuar acontecendo, ininterruptamente”, informou a prefeitura, por meio de nota.