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Capital

Em madrugada fria, 88 moradores de rua são levados para abrigo

Equipe passa a noite oferecendo acolhimento para quem não tem teto; trabalho é reforçado no frio

Anahi Zurutuza | 18/07/2016 15:26
Em maio, morador de rua morreu de frio no bairro Coronel Antonino (Foto: Marcos Hermínio)
Em maio, morador de rua morreu de frio no bairro Coronel Antonino (Foto: Marcos Hermínio)

Por conta do frio, na madrugada desta segunda-feira (18), a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) retirou 88 pessoas das ruas de Campo Grande e levou até o Cetremi (Centro de Triagem e Apoio ao Migrante).

Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), por volta da meia-noite, fez 5,3ºC na Capital – a mínima de hoje –, mas a sensação térmica era de 4ºC por conta do vento naquele horário.

Frio que mata – As baixas temperaturas castigam quem não tem um teto para se abrigar. Mas, o trabalho da equipe de abordagem social da SAS é reforçado sempre que há uma frente fria, justamente para evitar que moradores de rua não sofram problemas mais sérios ou morram.

Na manhã de hoje, homem foi encontrado morto em mercado abandonado (Foto: Marina Pacheco)
Na manhã de hoje, homem foi encontrado morto em mercado abandonado (Foto: Marina Pacheco)

O mecânico conhecido como “Robertinho” até estava sob um teto, mas pode ter morrido de frio nesta madrugada. O corpo dele foi encontrado pela manhã dentro de um mercado abandonado, no Jardim Colorado – sul da Capital –, onde vivia há cerca de três meses.

A principal suspeita é que ele tenha sofrido uma hipotermia, mas só o laudo necroscópico vai confirmar a causa da morte.

Roberto não tinha trabalho fixo e bebia com frequência. “Ontem mesmo dei uma calça e um cobertor para ele”, disse Gildete de Oliveira, 37, que mora na esquina próxima e contou que sempre ajudava o mecânico. Foi ela quem encontrou o corpo nesta manhã, por volta de 7h, e ligou para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

A Polícia Civil também esteve no local para registrar a ocorrência e investiga o caso.

Abrigos – O Cetremi oferece pouso para migrantes, mas também para moradores de rua, além de alimentação e espaço para a higiene pessoal. No período do inverno, 100 pessoas chegam a passar as noites no local, segundo a SAS.

O Centro POP funciona de forma parecida, mas os usuários não podem pernoitar no local.

Além disso, a equipe do Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social), sempre que encontra pessoas dormindo nas ruas, oferece roupas e cobertores para os que recusam o acolhimento. “As ações vão continuar acontecendo, ininterruptamente”, informou a prefeitura, por meio de nota.

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